A vingança contra Moro vale mais que a justiça
Vingança contra Moro, que une bolsonaristas e lulistas, não pode ser dissociado da bizarra cassação de Deltan Dallagnol
No processo para cassar o mandato de senador de Sergio Moro fica claro que, para parte da sociedade, a vingança já substituiu a justiça. Aqui falo do conceito de justiça. Caso a cassação ocorra, podemos enfiar no balaio a Justiça com “J” maiúsculo, o sistema de justiça no Brasil.
Este processo não pode ser dissociado da bizarra cassação de Deltan Dallagnol. Bolsonaristas e lulistas unidos garantem a todo o país que só uma coisa dá problema a gente poderosa: combater corrupção.
O mais impressionante é como as patotas fãs de político aplaudem com gosto a erosão da democracia e o deboche com o império da lei. Aliás, eu é que me impressiono à toa. De fã-clube de populista não se pode esperar nada decente mesmo.
Ao comentar o processo contra Moro, a maioria se refere à Lava Jato. Na verdade, o fato é que efetivamente se tornaram coisas indissociáveis. Basta alguém reclamar do processo para ser chamado de “viúva da Lava Jato” por algum boçal autoritário. A associação entre as duas coisas existe e é o atestado de que a lei pouco importa para muitos.
PT e PL, juntos e misturados, decidiram pedir a cassação de Moro por uma questão interessantíssima. Ele foi pré-candidato à presidência, com todos os gastos dentro dos conformes. Mas desistiu da pré-candidatura e virou candidato ao Senado. Os partidos argumentam que a soma dos gastos colocou Moro em vantagem ilegal sobre os demais candidatos a senadores.
Estamos em pré-campanha municipal. Milhares de pessoas são pré-candidatas a prefeito no país. Centenas delas desistirão da candidatura para se juntar à base de um candidato mais forte na cidade. Depois, serão lançadas a vereadoras. Serão todas cassadas? Quem se lançou pré-candidato a governador nas últimas eleições e acabou saindo senador será cassado? Quem foi pré-candidato a governo ou senado e acabou saindo para deputado será cassado?
Se a resposta para qualquer uma dessas perguntas for não, significa que o julgamento só vale para Sergio Moro. Significa também que pouco importa o que se faz, importa quem faz. Nesse contexto, a vingança de petistas e bolsonaristas contra a Lava Jato vale mais que a lei. E tem quem aplauda. Não é à toa que o Brasil está como está.
A vingança contra Moro vale mais que a justiça
Vingança contra Moro, que une bolsonaristas e lulistas, não pode ser dissociado da bizarra cassação de Deltan Dallagnol
No processo para cassar o mandato de senador de Sergio Moro fica claro que, para parte da sociedade, a vingança já substituiu a justiça. Aqui falo do conceito de justiça. Caso a cassação ocorra, podemos enfiar no balaio a Justiça com “J” maiúsculo, o sistema de justiça no Brasil.
Este processo não pode ser dissociado da bizarra cassação de Deltan Dallagnol. Bolsonaristas e lulistas unidos garantem a todo o país que só uma coisa dá problema a gente poderosa: combater corrupção.
O mais impressionante é como as patotas fãs de político aplaudem com gosto a erosão da democracia e o deboche com o império da lei. Aliás, eu é que me impressiono à toa. De fã-clube de populista não se pode esperar nada decente mesmo.
Ao comentar o processo contra Moro, a maioria se refere à Lava Jato. Na verdade, o fato é que efetivamente se tornaram coisas indissociáveis. Basta alguém reclamar do processo para ser chamado de “viúva da Lava Jato” por algum boçal autoritário. A associação entre as duas coisas existe e é o atestado de que a lei pouco importa para muitos.
PT e PL, juntos e misturados, decidiram pedir a cassação de Moro por uma questão interessantíssima. Ele foi pré-candidato à presidência, com todos os gastos dentro dos conformes. Mas desistiu da pré-candidatura e virou candidato ao Senado. Os partidos argumentam que a soma dos gastos colocou Moro em vantagem ilegal sobre os demais candidatos a senadores.
Estamos em pré-campanha municipal. Milhares de pessoas são pré-candidatas a prefeito no país. Centenas delas desistirão da candidatura para se juntar à base de um candidato mais forte na cidade. Depois, serão lançadas a vereadoras. Serão todas cassadas? Quem se lançou pré-candidato a governador nas últimas eleições e acabou saindo senador será cassado? Quem foi pré-candidato a governo ou senado e acabou saindo para deputado será cassado?
Se a resposta para qualquer uma dessas perguntas for não, significa que o julgamento só vale para Sergio Moro. Significa também que pouco importa o que se faz, importa quem faz. Nesse contexto, a vingança de petistas e bolsonaristas contra a Lava Jato vale mais que a lei. E tem quem aplauda. Não é à toa que o Brasil está como está.