Viúva de Alexei Navalny desafia Putin
"Putin e todos ao seu redor serão responsabilizados por tudo o que fizeram ao nosso país, à minha família e ao meu marido. Esse dia chegará muito em breve”, disse Yuliya
Yuliya Navalnaya, esposa do opositor russo Alexei Navalny, cuja morte numa prisão russa foi divulgada nesta sexta, 16, prometeu que o presidente Vladimir Putin “responderá” pela morte de seu marido e previu o fim do “regime maligno” da Rússia.
“Não podemos acreditar em Putin e no seu governo. Eles mentem constantemente. Mas se for verdade, se isso for verdade, quero que Putin e todos ao seu redor saibam que serão responsabilizados por tudo o que fizeram ao nosso país, à minha família e ao meu marido. Esse dia chegará muito em breve”, disse Yuliya em discurso emocionado na Conferência de Segurança de Munique.
Alexei Navalny, em sua última postagem nas redes sociais, enviou uma mensagem de Dia dos Namorados para a esposa, expressando seu amor apesar da distância.
Sibéria
A morte de Navalny foi anunciada por veículos de notícias russos, citando o serviço prisional da Sibéria, sem fornecer causa da morte ou mais informações. Líderes mundiais e comentaristas apontaram rapidamente o Kremlin como responsável.
O presidente da Letônia declarou que Navalny foi “brutalmente assassinado pelo Kremlin”, enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou ser “óbvio” que Putin ordenou o assassinato do dissidente.
Navalny, conhecido por sua luta contra a corrupção oficial e por organizar grandes protestos anti-Kremlin, cumpria pena de 19 anos por acusações de extremismo, após sobreviver a uma tentativa de assassinato por envenenamento. Ele foi visto pela última vez via link de vídeo durante uma audiência judicial na quinta-feira, 15, aparentando bom humor.
Repercussão
A morte de Navalny provocou choque e raiva globalmente. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prestou homenagem a Navalny como um “defensor feroz da democracia russa”, e o Secretário de Relações Exteriores, David Cameron, disse que “Putin deveria ser responsabilizado” pela morte. O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou sua “raiva e indignação”, homenageando a “coragem” de Navalny.
A Casa Branca considerou a morte de Navalny, se confirmada, “uma tragédia terrível”. O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, mencionou o “longo e sórdido” histórico do Kremlin de perseguir seus oponentes, levantando “questões reais e óbvias sobre o que aconteceu aqui”.
A morte reportada de Navalny ocorre um mês antes das eleições presidenciais na Rússia, com Putin concorrendo como franco favorito. Após vencer a eleição, fica confirmado no poder até pelo menos 2030.
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