Morre Alexey Navalny, crítico de Putin, em prisão russa
Caso reforça histórico de repressão a opositores na Rússia
Alexey Navalny, 47 anos, a figura de oposição mais proeminente na Rússia, morreu enquanto cumpria pena em uma colônia penal russa.
Sua morte adiciona mais um capítulo trágico à longa história de repressão enfrentada pelos críticos do presidente Vladimir Putin, um padrão que tem visto opositores forçados ao exílio, presos, ou em alguns casos, mortos ou envenenados.
Antes de sua prisão, Navalny liderou um movimento oposicionista e foi uma voz crítica contra a administração de Putin, acusando o governo do ditador russo de corrupção generalizada. Em agosto de 2020, ele foi envenenado com Novichok, uma neurotoxina, durante uma viagem à Sibéria, quase perdendo a vida. Após se recuperar na Alemanha, seu retorno à Rússia em janeiro de 2021 resultou em prisão imediata.
A morte de Navalny lembra o perigo enfrentado pelos opositores do regime de Putin. Desde a invasão da Ucrânia, a Rússia intensificou seus esforços para erradicar a dissidência, limitando severamente a liberdade de expressão e a atividade política independente.
Desde o início de seu governo, Putin subjugou os poderosos oligarcas da Rússia que tinham ambições políticas. Mikhail Khodorkovsky, ex-chefe da gigante petrolífera Yukos, foi preso em 2003 por sonegação de impostos e roubo após financiar partidos de oposição. Após dez anos na cadeia, Khodorkovsky deixou a Rússia.
Boris Berezovsky, outro oligarca e um dos arquitetos do poder de Putin, acabou em desentendimento com o presidente e morreu no exílio no Reino Unido em 2013, em circunstâncias que sugerem suicídio.
Ilya Yashin, outro importante crítico de Putin, foi preso por divulgar “informações deliberadamente falsas” sobre o exército russo. Vladimir Kara-Murza, jornalista e ativista, sobreviveu a dois envenenamentos misteriosos antes de ser preso em abril de 2022.
A repressão se estendeu a outros ativistas e jornalistas, como o caso de Boris Nemtsov, um líder da oposição que foi perseguido e morto a tiros em 2015. Seu assassinato permanece um exemplo sombrio do destino que aguarda aqueles que desafiam abertamente o Kremlin.
A história trágica de Navalny e tantos outros como ele serve como um lembrete sombrio das táticas implacáveis utilizadas pelo governo russo para silenciar a oposição.
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