Venezuelanos exilados iniciam greve de fome em frente a ONU
Eles pedem uma sessão extraordinária para poder apresentar o seu caso: “Queremos simplesmente levar a verdade ao mundo sobre o que aconteceu e o que está acontecendo na Venezuela”
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Os venezuelanos Franklin Gómez, Daniel Prado e Oswaldo de los Santos acampam há uma semana em frente à sede da organização da Nações Unidas, em Nova Iorque, e iniciaram também uma greve de fome em protesto contra a situação no seu país.
Daniel testemunhou o assassinato de Kluivert Roa, de 14 anos, pelas mãos de um funcionário da Polícia Nacional Bolivariana. É o homem que aparece numa fotografia com o peito manchado pelo sangue do garoto Kluivert diante das armas e dos fardados do Estado.
Franklin foi perseguido, preso e torturado durante dois dias. Ele foi libertado e posteriormente processado por tribunais militares. Ele deixou o país. “Vá embora, não quero ver você morto”, pediu a mãe.
Os três homens permanecem sentados em frente à sede das Nações Unidas em Nova Iorque, sob um telhado, com três cadeiras e um tapete. Quando as pessoas perguntam ‘por quê?’ respondem que querem uma Venezuela democrática. “Queremos o país de volta para nós, o país não é deles, é do povo”, diz Oswaldo.
Fórmula Arria
A razão pela qual estão bem diante da ONU é muito específica. Eles pedem que o Conselho de Segurança tenha uma sessão extraordinária da Fórmula Arria para poder apresentar o seu caso. “Queremos simplesmente levar a verdade ao mundo sobre o que aconteceu e o que está acontecendo na Venezuela”, diz Daniel.
Nas reuniões da Fórmula Arria, os atores não governamentais participam na discussão do assunto que os afeta, são testemunhas e também defensores da sua causa. É um caso em que há um debate com representantes e agentes externos num contexto de confidencialidade. O objetivo destas reuniões é promover o diálogo direto com os diferentes agentes envolvidos num conflito, para facilitar aos membros do Conselho de Segurança a tomada de decisões informadas sobre assuntos que dizem respeito ao Conselho de Segurança.
Franklin e Daniel conseguiram falar por telefone com um funcionário da ONU que os avisou que esta não era a forma de agir e que qualquer pedido ou ação deveria ser feito através dos canais diplomáticos. Ele lhes disse para irem à missão venezuelana na ONU. Eles obedeceram, mas só encontraram as portas fechadas e não foram atendidos por ninguém.
Relatório da ONU
O painel de peritos eleitorais da ONU enviado à Venezuela divulgou na terça-feira, 13 de agosto, um relatório no qual afirma que o processo de gestão de resultados da CNE não cumpriu as medidas básicas de transparência e integridade que são essenciais para a realização de eleições credíveis.
O texto do relatório também valida as atas divulgadas pela oposição.
A divulgação do documento provocou a ira do chavismo. Jorge Rodríguez, o presidente do Parlamento venezuelano, descreveu o painel de especialistas da ONU como “lixo sem palavras” e o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela respondeu na quarta-feira que o relatório “nada mais é do que um ato de propaganda”.
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