União Europeia pressiona Venezuela a rever exclusão de observadores eleitorais
Bruxelas reage à decisão unilateral do governo venezuelano
A União Europeia solicitou à Venezuela que reconsidere a retirada do convite para que observadores internacionais acompanhem as próximas eleições presidenciais.
Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), defendeu a medida afirmando que os observadores europeus “não são bem-vindos ao país” e criticou as sanções impostas à Venezuela como “colonialistas, coercitivas, unilaterais e genocidas”.
Em resposta, o escritório da União Europeia em Caracas lamentou profundamente a decisão do CNE. Em nota, a UE destacou que “os cidadãos venezuelanos devem poder escolher seu presidente em eleições legítimas, transparentes e competitivas, respaldadas pela observação internacional, incluindo a da União Europeia”. O bloco europeu também relembrou que o convite para observadores foi estabelecido por meio de um acordo entre as autoridades venezuelanas e a oposição.
O CNE, controlado de fato pelo presidente Nicolás Maduro, que busca um terceiro mandato, atendeu a um pedido da Assembleia Nacional, igualmente dominada pelo regime chavista, para revogar o convite aos observadores europeus. No ano passado, um acordo entre o governo e a oposição resultou na suspensão das sanções econômicas dos Estados Unidos contra a Venezuela. Contudo, em abril deste ano, os EUA restabeleceram as sanções alegando falta de esforço do governo venezuelano em garantir a lisura das eleições.
Além da União Europeia, o convite também foi estendido a delegados do Centro Carter, da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), da Comunidade do Caribe (Caricom), especialistas da ONU e representantes do bloco dos Brics.
O CNE já desqualificou duas opositoras, Maria Corina Machado, desqualificada pela Controladoria da Venezuela, e Corina Yoris.
Situação Crítica da Liberdade na Venezuela
Segundo o relatório da Freedom House de 2024, a Venezuela é classificada como “não livre” e ocupa uma das piores posições no ranking de liberdade global. A nação sofreu uma das maiores quedas de pontuação na última década, destacando-se pela manipulação eleitoral e repressão governamental. A Freedom House aponta que a contínua exclusão de observadores internacionais e a repressão de candidatos oposicionistas são práticas que agravam ainda mais a falta de transparência e de justiça no processo eleitoral venezuelano.
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