União Europeia premia jornalistas detidos em Belarus e Geórgia
Distinção máxima em defesa dos direitos humanos é concedida a Andrzej Poczobut e Mzia Amaghlobeli, presos por suas atividades profissionais
Os jornalistas Andrzej Poczobut (Belarus) e Mzia Amaghlobeli (Geórgia) venceram a edição de 2025 do Prêmio Sakharov, a maior distinção da União Europeia em direitos humanos. O anúncio foi feito pelo bloco nesta quarta-feira, 22. Eles receberam o reconhecimento por sua coragem, que os transformou em símbolos da luta por liberdade e democracia.
Ambos estão atualmente presos em seus países de origem, sob acusações forjadas. Eles foram detidos “simplesmente por fazerem seu trabalho e se manifestarem contra a injustiça”, declarou Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu.
Liberdade de imprensa ameaçada (não só) no Leste Europeu
Roberta Metsola afirmou que o Parlamento Europeu exige a imediata libertação dos dois profissionais de comunicação.
Andrzej Poczobut é correspondente do jornal Gazeta Wyborcza e pertence a uma minoria polonesa na Belarus. Ele é reconhecido por suas críticas ao regime do presidente Aleksandr Lukachenko, que governa o país há mais de três décadas.
O jornalista bielorrusso foi preso em 2021. Posteriormente, foi sentenciado a oito anos de reclusão sob a alegação de “ameaçar a segurança nacional da Belarus”.
Na Geórgia, a jornalista Mzia Amaghlobeli fundou dois veículos de imprensa com orientação independente. Ela foi condenada em agosto deste ano a uma pena de dois anos de prisão.
A condenação resulta da suposta agressão a um policial durante um protesto contra o governo. Amaghlobeli se torna, com sua detenção, a primeira mulher presa por motivos políticos desde que a Geórgia conquistou sua independência em 1991. Ativistas de direitos humanos denunciam que o caso configura uma tentativa de restringir a liberdade de imprensa na nação.
Distinção europeia e direitos humanos
A distinção concedida pelo Parlamento Europeu é uma homenagem a quem fez contribuições singulares à defesa dos direitos humanos ou ao livre-pensamento. O prêmio foi batizado em honra do físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov.
O prêmio é atribuído a indivíduos ou organizações anualmente desde 1988. Seu objetivo é reconhecer o trabalho em prol da defesa dos direitos fundamentais. Especificamente, valoriza a liberdade de expressão, a salvaguarda dos direitos das minorias e o respeito pelo direito internacional.
O reconhecimento também visa incentivar o desenvolvimento da democracia e a proteção do Estado de direito.
Entre os nomes já laureados estão o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e o líder oposicionista Alexei Navalni, que morreu no início de 2024. No ano anterior, o prêmio foi entregue aos líderes oposicionistas venezuelanos María Corina Machado e Edmundo González Urrutia. Eles foram homenageados por seus esforços para restaurar a democracia em seu país na América Latina.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)