UE levantará gradualmente as sanções impostas à Síria
A UE permanece, no entanto, irredutível em relação às restrições sobre o setor bancário, ligadas ao financiamento do terrorismo, e ao embargo de armas
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A União Europeia (UE) está avaliando a possibilidade de relaxar as sanções impostas à Síria como represália à repressão política do governo do ditador deposto Bashar al-Assad.
A intenção é iniciar um processo gradual de levantamento das restrições que impactam diretamente os setores de transportes e energia, visando facilitar a reconstrução do país.
Em declarações recentes, Kaja Kallas, alta representante da UE para Política Externa e Segurança, informou que os ministros das Relações Exteriores da União aprovaram um plano político para suspender as sanções setoriais, adotando uma abordagem progressiva.
“Estamos observando as ações tomadas pelas novas autoridades; se forem positivas, também tomaremos medidas correspondentes”, comentou Kallas.
Ela ressaltou que, embora o objetivo da UE seja acelerar este processo, a revogação das sanções pode ser revertida caso haja retrocessos em relação aos direitos humanos ou no tratamento de minorias étnicas e religiosas.
O plano proposto começa com o levantamento das sanções que têm maior impacto na recuperação econômica. Contudo, a UE permanece irredutível em relação às restrições sobre o setor bancário, ligadas ao financiamento do terrorismo, e ao embargo de armas.
“Possuímos uma extensa lista de sanções contra a Síria. O foco inicial será nas áreas que são essenciais para que o novo governo inicie efetivamente a reconstrução”, explicou Kaja Kallas.
Fronteira de Rafah
Além disso, durante a reunião desta segunda-feira, os 27 ministros das Relações Exteriores também concordaram em reativar a missão civil de monitoramento na fronteira de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito.
Esta missão havia sido suspensa em 2007 após a ascensão do Hamas ao poder no território palestino.
Kallas não entrou em detalhes sobre o funcionamento da operação, mas afirmou que o retorno da missão poderia ocorrer já em fevereiro. “Todos concordaram que essa missão pode ser fundamental para apoiar o cessar-fogo entre Israel e Hamas”, destacou.
Sanções à Rússia
No âmbito das relações com a Rússia, um novo pacote de sanções está sendo preparado pela UE, visando coincidir com o terceiro aniversário da invasão da Ucrânia.
A alta representante da UE para Política Externa e Segurança enfatizou a necessidade de intensificar as medidas contra Moscou, incluindo ações específicas direcionadas à frota de petroleiros russos.
Os ministros também renovaram o regime semestral de sanções contra a Rússia devido à guerra na Ucrânia.
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