Autoridades ucranianas acusaram a Rússia de coagir as populações de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia a votar nos referendos iniciados nesta sexta-feira (23). As consultas populares sobre a integração dos territórios ao país de Vladimir Putin têm sido duramente criticadas por países do Ocidente, que consideram a medida um pretexto para a escalada do conflito.

Segundo o governador de Luhansk, Serhiy Gaidai, a população de Starobilsk foi forçada a sair de casa para votar, enquanto em Bilovodsk, o diretor de uma empresa teria dito aos funcionários que o voto era obrigatório e que qualquer pessoa que se recusasse a participar seria demitida.

Yuriy Sobolevsky, vice-presidente do conselho deslocado da região de Kherson, afirmou, no Telegram, que os russos estão em “pânico” porque não há pessoas suficientes para votar.

“O humor dos russos é de pânico porque eles não estavam prontos para realizar tão rapidamente esse chamado referendo, não há apoio, não há pessoas suficientes”, disse Sobolevsky

Além das províncias do leste e sudeste da Ucrânia, que representam cerca de 15% do território, também foram instaladas assembleias de voto em Moscou, para os moradores dessas regiões que agora vivem na Rússia.

Os referendos sobre a anexação de territórios pela Rússia devem ocorrer até a próxima terça-feira (27).

Diante das dificuldades de Moscou no conflito, que completa sete meses amanhã, Vladimir Putin anunciou que convocará cerca de 300 mil reservistas para atuar na guerra e voltou a fazer ameaças nucleares.