Túnel do Estreito de Gibraltar vai custar 8,5 milhões de euros e obra pode durar até nove anos
Túnel ferroviário sob o Estreito de Gibraltar pretende ser uma ligação fixa entre Espanha e Marrocos por via subterrânea.
O estudo mais recente sobre o túnel ferroviário sob o Estreito de Gibraltar indica que a ligação fixa entre Espanha e Marrocos por via subterrânea deixou de ser uma simples hipótese teórica, sendo hoje considerada tecnicamente viável com a engenharia disponível em 2025, embora dependa de longos prazos, forte coordenação internacional e definição de um modelo financeiro sólido.
O que é o projeto do túnel ferroviário do Estreito de Gibraltar
O projeto propõe uma ligação ferroviária subterrânea entre Espanha e Marrocos, com cerca de 65 quilômetros de extensão submarina, repartidos entre jurisdições espanhola e marroquina.
A infraestrutura se integraria às redes ferroviárias existentes, permitindo transporte de passageiros e mercadorias entre Europa e Norte de África.
O desenho preliminar contempla um esquema de duplo tubo ferroviário, cada um com via única, acompanhado de uma galeria de emergência e serviços.
Essa configuração visa aumentar a segurança, facilitar evacuações e simplificar a manutenção ao longo da vida útil do túnel.
Quais são as principais etapas técnicas previstas no projeto
A primeira fase prevê a construção de uma galeria de reconhecimento, um túnel exploratório para detalhar as condições geológicas e geotécnicas do fundo marinho, sobretudo na zona mais profunda do estreito.
Essa etapa, estimada entre seis e nove anos, será decisiva para confirmar parâmetros de segurança, custos e métodos construtivos.
Com base nesses dados, serão definidos o traçado definitivo, os sistemas de ventilação em grandes profundidades e os dispositivos de evacuação.
Estudos de sismicidade e comportamento do subsolo marinho se inspiram em grandes túneis europeus, adaptando boas práticas às características específicas do Estreito de Gibraltar.

Quais desafios técnicos e financeiros o túnel precisa enfrentar
Os desafios técnicos incluem formações rochosas complexas no Umbral de Camarinal, com camadas de materiais de diferentes resistências, exigindo tuneladoras de última geração.
O ponto mais profundo pode ultrapassar 400 metros abaixo do nível do mar, impondo fortes exigências de pressão, drenagem e revestimento, além de rigorosos sistemas de segurança.
Do ponto de vista financeiro, o orçamento estimado para a parte espanhola supera 8,5 mil milhões de euros, incluindo obras civis, equipamentos, terminais ferroviários, instalações elétricas e reservas para imprevistos.
Para viabilizar esse montante, discutem-se múltiplas fontes de receitas futuras e serviços associados ao túnel:
- Taxas ferroviárias pagas por operadores de passageiros e carga;
- Serviços logísticos e de intercâmbio de mercadorias entre continentes;
- Interconexão elétrica entre redes europeias e africanas;
- Passagem de cabos de fibra óptica e outros serviços de telecomunicações.
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Quais impactos económicos e logísticos são esperados
A ligação direta por ferrovia reduziria o tempo de deslocamento entre cidades como Madrid e Rabat, favorecendo viagens de negócios, turismo e intercâmbio acadêmico.
Para mercadorias, o túnel funcionaria como rota complementar às vias marítimas e aéreas, ampliando a capacidade de escoamento entre Europa e África do Norte.
O corredor ferroviário poderia estimular plataformas logísticas, zonas industriais e centros de distribuição próximos às extremidades do túnel.
Além disso, a infraestrutura conjunta para transporte, energia e dados reforçaria a integração económica e tecnológica entre os dois continentes.
Como será organizada a implementação do túnel do Estreito de Gibraltar
A implementação dependerá da articulação entre empresas públicas de engenharia, ministérios de transporte e entidades homólogas em Marrocos, com atualização constante de estudos até pelo menos 2026.
A coordenação institucional será crucial para alinhar normas de segurança, padrões ferroviários e integração com redes de longa distância.
Estudos recentes apontam uma trajetória em etapas sucessivas que inclui concluir a galeria exploratória, definir o traçado final, fechar acordos de financiamento internacionais, licitar a construção dos túneis principais e integrar a nova ligação às redes ferroviárias espanholas e marroquinas ao longo da próxima década.
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