Trump pode se beneficiar de perseguição em estados democratas
A decisão da Secretária de Estado do Maine, Shenna Bellows, de declarar Donald Trump impedido de participar das primárias presidenciais de 2024, após decisão similar no Colorado, podem beneficiar Trump, fortalecendo a narrativa de que ele é vítima de perseguição política.
A decisão da Secretária de Estado do Maine, Shenna Bellows, de declarar Donald Trump impedido de participar das primárias presidenciais de 2024, após decisão similar no Colorado, podem beneficiar Trump, fortalecendo a narrativa de que ele é vítima de perseguição política.
Essas decisões foram baseadas na Seção 3 da 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que proíbe de concorrer a cargos públicos pessoas que tenham sido condenadas por incitamento à insurreição. A campanha de Trump criticou duramente a decisão de Bellows, qualificando como um “ataque hostil à democracia americana” e um “roubo de eleição”.
Trumpistas argumentam que decisões como essas em estados democratas são tentativas inconstitucionais de suspender os direitos civis dos eleitores americanos ao remover arbitrariamente o nome de Trump das cédulas. O ex-presidente anunciou que vai recorrer da decisão.
Até concorrentes de Trump nas primárias republicanas, como Ron DeSantis e Vivek Ramaswamy, expressaram apoio ao ex-presidente, criticando as decisões como “ameaças à democracia”. Nikki Haley, outra rival republicana e opositora declarada de Trump, também discordou da decisão dos estados que impedir o ex-presidente de disputar a eleição.
Contexto Legal e Político
Enquanto Maine e Colorado julgaram Trump inelegível com base na Seção 3 da 14ª Emenda, Michigan e Califórnia decidiram o contrário, permitindo que Trump permaneça na cédula. Essas decisões contrastantes entre os estados destacam uma divisão política e legal mesmo nos estados majoritariamente democratas (“azuis”), como a Califórnia, ou estados “púrpura” (“swing states”, estados com votações pendulares e incertas). Os estados que votam consistentemente com os republicanos são conhecidos como “vermelhos”.
Dados agregados de pesquisas da FiveThirtyEight mostram que a liderança de Trump na corrida pela nomeação republicana para 2024 tem aumentado consistentemente desde o início do ano, com o ex-presidente mantendo 61,7% dos votos contra 11,7% de DeSantis, seu rival mais próximo.
Trump espera que a Suprema Corte dos EUA, que ainda não decidiu sobre o assunto, intervenha a seu favor. Para analistas como Scott Adams, é uma tática arriscada para o país, mas que pode ser eficiente para quem usa: “o vitimismo político pode ser usado para minar a confiança na democracia”.
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