Trump pode estar à frente, diz estrategista democrata
Pesquisas mostram pequena vantagem de Harris, enquanto democratas temem repetição de erros de 2016 e 2020
Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, assumiu uma leve liderança sobre Donald Trump na corrida presidencial de 2024, conforme indicam as pesquisas mais recentes. Harris agora detém uma vantagem de 1,5 ponto percentual na média das pesquisas nacionais, segundo dados do Real Clear Politics. No entanto, essa liderança, apesar de ser um alívio momentâneo para os democratas, é vista com grande cautela por especialistas do partido, que apontam desafios críticos à frente.
Julian Epstein, estrategista democrata, expressou suas preocupações em entrevista à Fox News Digital, afirmando que os erros de amostragem que ocorreram nas eleições de 2016 e 2020 podem estar se repetindo. “Se as falhas de amostragem forem semelhantes às dos anos anteriores, Trump pode estar liderando neste momento”, disse Epstein, destacando a volatilidade das previsões eleitorais.
A incerteza se torna ainda mais preocupante quando se analisa o desempenho de Harris em estados decisivos, como os do Cinturão da Ferrugem. De acordo com dados recentes, Harris está praticamente empatada com Trump nessas regiões, o que indica que ela está abaixo de seu desempenho nacional em locais que podem decidir a eleição. Essa realidade levou Margie Omero, parceira da empresa de consultoria GBAO Strategies, a afirmar que “ainda é uma corrida muito difícil, e isso é consistente com tudo o que sabemos”.
Outro ponto de tensão para a campanha de Harris é sua dificuldade em consolidar o apoio entre eleitores da classe trabalhadora e da comunidade negra, grupos essenciais para uma vitória democrata. Segundo Julian Epstein, Harris “está subestimando seus problemas de desempenho no cinturão da ferrugem e com eleitores da classe trabalhadora e negros”, o que representa uma ameaça significativa à sua campanha.
Nick Gourevitch, parceiro do Global Strategy Group, que participou de uma “autópsia de pesquisas” após as eleições de 2020, reforça essa preocupação. Gourevitch admitiu ao Politico que, apesar dos esforços para entender e corrigir os problemas de amostragem, “não há nenhum pesquisador nos Estados Unidos que possa dizer com 100% de certeza que os problemas foram resolvidos”.
John Anzalone, o principal pesquisador da campanha de Biden em 2020, também ecoou esse sentimento ao afirmar: “Todo ano temos diferentes obstáculos. Esta é uma indústria difícil. Algo vai acontecer em 2024. Você e eu, agora, não sabemos o que é.”
Apesar do impulso recente, a campanha de Harris ainda enfrenta um caminho repleto de incertezas. O desempenho em estados cruciais e a necessidade de ampliar seu apoio em bases eleitorais fundamentais continuam sendo os principais desafios que podem determinar o desfecho da corrida presidencial de 2024.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)