Trump endurece retórica sobre Panamá, Dinamarca e Canadá
Em uma coletiva de imprensa realizada em sua propriedade na Flórida, Trump não descartou o uso de pressão militar ou econômica para obter controle sobre o Canal do Panamá e a Groenlândia
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua retórica em relação a países como Panamá e Dinamarca, além de manifestar interesse em incorporar o Canadá aos EUA, referindo-se à fronteira com o vizinho do norte como uma “linha artificial”.
Em uma coletiva de imprensa realizada em sua propriedade na Flórida, Trump não descartou o uso de pressão militar ou econômica para obter controle sobre o Canal do Panamá e a Groenlândia.
Canal do Panamá
O presidente eleito havia criticado anteriormente as taxas de passagem no Canal do Panamá, classificando-as como “extremamente injustas” e exigindo que a gestão da via navegável fosse devolvida aos EUA caso o tratamento não fosse adequado.
Ele destacou a importância estratégica do canal, que foi construído pelos EUA no início do século XX e passou por uma transferência gradual de controle para o Panamá: “O Canal do Panamá é vital para o nosso país. Está sob controle da China”, lamentou Trump em seu resort em Mar-a-Lago.
A resposta do governo panamenho foi imediata, com o ministro das Relações Exteriores, Javier Martínez-Acha, reafirmando que a soberania sobre o canal é inegociável. Em uma coletiva de imprensa, ele declarou: “A única responsabilidade sobre o canal é panamenha e assim permanecerá”.
Canadá
Referente ao Canadá, Trump insinuou que usaria “violência econômica” para viabilizar sua proposta de união entre os dois países. Questionado sobre a possibilidade de uso de força militar, ele respondeu: “Não, violência econômica”.
Trump afirmou que a união entre os EUA e o Canadá traria benefícios significativos. “Eliminaria essa linha artificial e veríamos como seria. Além disso, seria muito melhor para a segurança nacional”, disse ele.
A reação canadense não tardou. O primeiro-ministro Justin Trudeau declarou que o Canadá jamais se tornará parte dos Estados Unidos e não se intimidará com as ameaças de Trump: “Não há chance alguma de que o Canadá se torne parte dos Estados Unidos”, afirmou Trudeau em uma postagem na rede social X.
Trump reiterou seu apelo à fusão entre os países após a recente divulgação da saída de Trudeau. Ele argumentou que essa união eliminaria tarifas comerciais e diminuiria impostos, garantindo segurança contra ameaças de navios russos e chineses nas proximidades canadenses.
A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, também comentou sobre as declarações de Trump, ressaltando que suas palavras demonstram um entendimento equivocado do que torna o Canadá um país forte. “Nossa economia é robusta. Nosso povo é forte. Nunca nos curvaremos diante de ameaças”, enfatizou Joly.
Otan
Além das questões territoriais, Trump também exigiu que os países membros da Otan aumentassem suas despesas com defesa significativamente.
Durante uma coletiva em Mar-a-Lago, ele sugeriu que esses países deveriam investir cinco por cento de seu PIB em defesa, elevando a meta atual de dois por cento estabelecida pela aliança militar.
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