Três diretores de universidade nos EUA renunciam após mensagens antissemitas
Caso ocorreu durante um fórum sobre questões judaicas na Universidade Columbia, em maio; os três já haviam sido afastados para investigação
Três diretores da Universidade Columbia, em Nova York (EUA), que trocaram mensagens de texto antissemitas durante um um fórum sobre questões judaicas em maio renunciaram aos seus cargos, disse um porta-voz da instituição ao New York Times nesta quinta-feira, 8 de agosto.
Em abril, Columbia (foto) foi palco de alguns dos protestos estudantis mais violentos a favor do grupo terrorista Hamas. Centenas de manifestantes bloquearam acessos, pediram boicote contra Israel, entoaram cânticos antissemitas e constrangeram e atacaram estudantes judeus, impedindo-os de entrar em prédios, o que obrigou a instituição a suspender suas aulas.
Segundo o relato do NYT, os três diretores, responsáveis por assuntos ligados à graduação em Columbia, “enviaram mensagens mordazes e sarcásticas enquanto reagiam em tempo real a palestrantes judeus expressando preocupação com o antissemitismo no campus durante o evento”.
Emoji de vômito
Os três diretores que renunciaram — Susan Chang-Kim, vice-reitora e diretora administrativa da faculdade, Cristen Kromm, diretora de vida estudantil da graduação, e Matthew Patashnick, reitor associado de apoio a estudantes e famílias — não tinham estabilidade nos cargos.
Durante o fórum judaico de maio, na troca de mensagens, um dos diretores sugeriu que um palestrante judeu estava exagerando sua preocupação com o antissemitismo no campus para arrecadar mais fundos. Outro enviou emojis de vômito em reação à menção de um artigo de opinião escrito por um rabino no jornal universitário.
Uma pessoa sentada atrás de Chang-Kim fotografou as mensagens de texto que ela estava trocando com seus colegas, e o conteúdo delas ficou conhecido em junho —o escândalo foi chamado de “Textgate”.
O Comitê de Educação e Força de Trabalho da Câmara dos EUA, que tem investigado o antissemitismo nos campi universitários, depois divulgou uma transcrição das mensagens.
Violência antissemita continua
Em junho, a reitora de Columbia, Minouche Shafik, colocou os três diretores em licença por tempo indeterminado enquanto a investigação do caso prosseguia.
“Os líderes da universidade têm tentado convencer o Congresso, ex-alunos e seus próprios estudantes judeus de que levam o antissemitismo no campus a sério”, escreve o NYT. A violência antissemita dirigida contra docentes da instituição, porém, continua.
“Vândalos pró-palestinos atacaram o prédio de apartamentos do diretor de operações da universidade, Cas Holloway, em Brooklyn Heights, na manhã de quinta-feira [8 de agosto], jogando tinta vermelha no chão e soltando insetos no saguão”, escreve o jornal americano.
“Antes de fugir (…), quatro pessoas colaram cartazes do lado de fora do prédio mostrando o sr. Holloway com orelhas de diabo e atrás das grades. (…) Uma porta de vidro também foi quebrada, e triângulos vermelhos de cabeça para baixo [um símbolo palestino] foram pintados ao redor da porta”, acrescenta o NYT.
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