Trabalhadores da Coreia do Norte se dizem explorados na China
Descubra a resistência inédita dos trabalhadores norte-coreanos na China em meio a não pagamentos e condições precárias. Conheça essa luta por justiça e liberdade.
De acordo com um relatório recente, ocorreram tumultos em meio aos trabalhadores norte-coreanos na China, quando descobriram que não seriam pagos e que seus salários haviam sido destinados à produção de armamento para Pyongyang, a capital da Coréia do Norte.
Tais manifestações são praticamente inéditas nesse país altamente controlador, onde o exercício da liberdade de expressão pode resultar em execução.
As denúncias de revoltas, embora ainda não confirmadas, aumentaram a preocupação com o bem-estar dos milhares de norte-coreanos que trabalham no exterior para ganhar dinheiro para o regime escasso de recursos.
A BBC entrevistou um ex-trabalhador norte-coreano na China que alegou que implorava pagamentos atrasados em algumas empresas com desempenho ruim.
Também nos foi apresentado um e-mail de alguém que alega ser um norte-coreano atualmente trabalhando na China, sugerindo o nível de controle exercido sobre os trabalhadores tem aumentado ao longo dos últimos quatro anos.
Trabalho forçado
Segundo este relato, “O estado norte-coreano explora trabalhadores de TI como escravos, fazendo-nos trabalhar seis dias por semana, 12-14 horas por dia”, disse o programador de computador. O pessoal trabalha pela noite para os clientes sediados nos EUA e na Europa, causando privação crônica de sono e muitas doenças.
O total estimado é de cerca de 100 mil norte-coreanos trabalhando no exterior, sendo a maior parte deles empregados em fábricas e canteiros de obras no nordeste da China, geridos pelo governo norte-coreano. Com isso, se estima que ganharam US$740 milhões (aproximadamente R$ 3.9 bilhões) para Pyongyang entre 2017 e 2023.
O dilema do controle
Embora tais protestos não possam ser confirmados de forma independente, já se sabe que existem dezenas de milhares de trabalhadores norte-coreanos no exterior que foram excluídos do país. Os distúrbios em várias fábricas de vestuário administradas pela Coreia do Norte no nordeste da China ocorreram em 11 de janeiro, de acordo com um ex-diplomata norte-coreano com fontes na região que divulgou a notícia à mídia.
Aparentemente, os trabalhadores explodiram quando descobriram que anos de salários não pagos haviam sido transferidos para um fundo de preparação para a guerra em Pyongyang. Ainda não houve uma confirmação oficial dos eventos narrados.
Essa situação evidenciou ainda mais o dilema que a Coréia do Norte enfrenta para decidir como administrar a agitação potencial entre os trabalhadores que não podem retornar ao país. Especialistas e analistas do país têm monitorado de perto a situação.
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