TikTok removeu 3 milhões de vídeos sobre Israel e Hamas
Ação da plataforma chinesa inclui remoção de contas falsas e intensificação do combate a discursos de ódio e desinformação
O TikTok anunciou a remoção de mais de 3,1 milhões de vídeos que violavam as regras da plataforma desde o início do conflito armado entre Israel e o Hamas, há seis meses. Os conteúdos removidos incluíam apoio ao Hamas, discurso de ódio, extremismo, apologia à violência e desinformação. A medida acompanha a exclusão de mais de 320 milhões de contas falsas globalmente.
Com a eclosão da guerra, o TikTok mobilizou recursos adicionais para aprimorar a detecção automatizada proativa e reforçar as equipes de revisão de conteúdo, enfrentando riscos novos. As melhorias tecnológicas implementadas no início do conflito resultaram em um aumento de 234% na remoção de vídeos proibidos sobre Israel, Gaza e Cisjordânia.
A plataforma também destacou a realização de treinamentos regulares para suas equipes de revisão de conteúdo, incluindo capacitação global para identificar conteúdos inadequados. Esse esforço se concentrou no combate ao antissemitismo e à islamofobia, levando a um aumento de 13% na precisão dos revisores de conteúdo na América do Norte na aplicação das regras contra discursos de ódio e comportamento violento.
Essas iniciativas fazem parte do compromisso do TikTok, segundo a própria empresa, de oferecer uma experiência segura e acolhedora para sua comunidade de usuários.
Os riscos dos smartphones para crianças e adolescentes
Em uma análise profunda sobre o impacto dos smartphones na juventude atual, o psicólogo social Jonathan Haidt traz à tona discussões alarmantes em seu mais recente trabalho, “The Anxious Generation: How the Great Rewiring of Childhood Is Causing an Epidemic of Mental Illness”. Segundo Haidt, o excesso de tempo dedicado aos dispositivos móveis está causando danos significativos às crianças e adolescentes, alterando drasticamente a estrutura de suas vivências e desenvolvimento.
O livro, que ainda aguarda publicação no Brasil, é caracterizado pelo New York Times Book Review como “erudito, envolvente, combativo, militante”, e pelo Wall Street Journal, que ressalta sua capacidade de revelar “com lucidez o verdadeiro horror” do colapso da infância devido à invasão
tecnológica. Haidt destaca diversas problemáticas associadas ao uso excessivo de redes sociais e dispositivos móveis, como privação de sono, fragmentação da atenção, vício, solidão, e o fenômeno do contágio social, entre outros, salientando como as redes sociais afetam de forma mais acentuada as meninas, enquanto os meninos se refugiam em mundos virtuais com consequências desastrosas.
O autor traça um panorama da evolução da infância, do modelo baseado no brincar, característico até os anos 80, para uma “infância baseada no telefone”, dominante a partir dos anos 2010, ilustrando uma mudança comportamental alarmante entre os jovens. Uma análise de Kannan e Veazie (2023) demonstra um declínio significativo no tempo diário que jovens entre 15 e 24 anos passam com amigos, evidenciando uma crescente epidemia de solidão e ansiedade.
Para reverter essa tendência, Haidt sugere o resgate das atividades lúdicas e interações sociais físicas, face a face, arriscadas e empolgantes, enfatizando a importância de estabelecer limites para o uso de dispositivos e promover atividades ao ar livre. As soluções apresentadas pelo autor, embora práticas e acessíveis, exigem uma conscientização coletiva sobre o uso responsável da internet e a implementação de políticas públicas eficazes para proteger as gerações futuras dos malefícios da tecnologia descontrolada.
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