Tailândia e Camboja concordam em cessar-fogo
Cinco dias após o início do conflito mais intenso até o momento entre os dois reinos, os rivais buscam pôr fim ao conflito. A Malásia mediou o conflito
Cinquenta horas após o início dos confrontos mais intensos entre os reinos da Tailândia e do Camboja, ambos os lados concordaram em encerrar as hostilidades.
O acordo de cessar-fogo foi anunciado pelo Primeiro-Ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, em uma coletiva de imprensa realizada em Kuala Lumpur.
Na qualidade de presidente da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Anwar foi fundamental nas negociações que resultaram no acordo.
As discussões contaram com a participação de representantes dos Estados Unidos e da China, que também desempenharam papéis significativos no processo diplomático.
Um gesto simbólico de reconciliação foi observado ao final da coletiva, quando os delegados das duas nações se cumprimentaram.
A Malásia expressou disposição para coordenar uma missão de observadores que assegurará a implementação do cessar-fogo.
Na manhã seguinte, está programado um encontro entre os comandantes militares das regiões fronteiriças de ambas as nações, cujo objetivo será garantir o cumprimento do acordo e prevenir novos incidentes que possam reacender o conflito.
Posteriormente, as conversações militares serão elevadas ao nível dos adidos de defesa. Esta medida visa reabrir canais diplomáticos bilaterais que haviam sido encerrados na semana anterior.
Uma comissão bilateral sobre fronteiras está agendada para se reunir em agosto, com o intuito de encontrar uma solução duradoura para a disputada área fronteiriça, sendo o primeiro encontro marcado para ocorrer no Camboja.
Donald Trump
Tanto Anwar quanto os líderes das partes envolvidas, Hun Manet e Phumtham Wechayachai, expressaram sua gratidão ao presidente americano Donald Trump por seu empenho em promover o diálogo.
Trump havia realizado chamadas telefônicas com ambas as partes durante o fim de semana. Inicialmente, a Tailândia mostrou resistência à desescalada, possivelmente devido à sua superioridade militar em relação ao Camboja.
Entretanto, Trump alertou ambos os lados que não estaria disposto a negociar acordos tarifários enquanto o conflito persistisse.
A partir de 1º de agosto, Camboja e Tailândia correm o risco de enfrentar tarifas alfandegárias de 36%.
A economia tailandesa é mais dependente das exportações para os Estados Unidos do que a cambojana, o que pode ter influenciado uma mudança de postura em Bangkok.
Os confrontos começaram na quinta-feira passada e foram considerados os mais graves desde o início deste conflito histórico, cujas raízes remontam ao período colonial há mais de um século.
Ambas as partes se acusaram mutuamente pela escalada da violência.
Ainda na segunda-feira, trocas de fogo ocorreram entre as forças adversárias utilizando artilharia pesada.
Os números preliminares indicam que pelo menos 35 pessoas perderam a vida durante os combates, incluindo treze civis na Tailândia e oito no Camboja. Além disso, mais de 300 mil cidadãos foram evacuados das áreas fronteiriças afetadas pelos conflitos.
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