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“Somos todos soviéticos agora”

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 18.06.2024 10:26 comentários
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“Somos todos soviéticos agora”

Niall Ferguson, historiador britânico, argumenta que os Estados Unidos estão se assemelhando à União Soviética em diversos aspectos econômicos, políticos e sociais

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 18.06.2024 10:26 comentários 1
“Somos todos soviéticos agora”
Reagan Gorbatchev USA URSS

Niall Ferguson, renomado historiador britânico, intelectual público e colunista quinzenal da The Free Press, publicou um artigo intitulado “Somos todos soviéticos agora” nesta terça, 18. Ferguson, que possui no currículo acadêmico passagens por Oxford, Cambridge e Harvard, argumenta que os Estados Unidos estão cada vez mais parecidos com a União Soviética em vários aspectos.

A tese central de Ferguson é que, enquanto a China assume o papel de rival ideológico e tecnológico, “nós – e não os chineses – podemos ser os soviéticos”. Ele ressalta que, apesar das diferenças óbvias entre a economia planejada soviética e a economia de mercado americana, as similaridades nas fragilidades do setor público são preocupantes.

“Uma crônica ‘restrição orçamentária branda’ no setor público, que era uma fraqueza chave do sistema soviético? Vejo uma versão disso nos déficits dos EUA, previstos pelo Escritório de Orçamento do Congresso para exceder 5% do PIB no futuro próximo.”

Ferguson também aborda as semelhanças nas áreas militares e sociais. “Temos um exército que é simultaneamente caro e inadequado para as tarefas que enfrenta”, comparando a situação dos EUA com a do exército soviético que, no papel, era poderoso, mas que na prática era ‘feito de papel'”.

Ele ainda destaca a liderança envelhecida e o cinismo público como características compartilhadas entre os dois países. “A liderança envelhecida era uma das marcas do final da liderança soviética, personificada pela senilidade de Leonid Brezhnev, Yuri Andropov e Konstantin Chernenko.”

Ao discutir a crise de confiança nas instituições, Ferguson observa que “a confiança pública no Supremo Tribunal, nos bancos, nas escolas públicas, na presidência, nas grandes empresas de tecnologia e no Congresso está abaixo de 20%”. Ele também menciona que os problemas de saúde mental entre os americanos lembram a autodestruição da população soviética nos anos 1980 e 1990.

Ferguson conclui refletindo sobre o impacto das políticas atuais dos EUA e o possível aprendizado da China com a história soviética. “Temo que Xi Jinping tenha entendido que podemos ser manobrados para nos tornarmos os soviéticos.”

Quem é Niall Ferguson

Niall Ferguson é um historiador e escritor escocês-americano influente e prolífico. Nascido em 1964, em Glasgow, na Escócia, ele estudou em Oxford, onde se formou com honras em História em 1985 e obteve seu doutorado em 1989. Foi professor de História em Oxford, Nova York e Harvard, onde lecionou de 2004 a 2016. Desde 2016, é o Milbank Family Senior Fellow no Hoover Institution da Universidade Stanford e pesquisador sênior no Belfer Center de Harvard.

Ferguson é autor de 16 livros influentes sobre história econômica, financeira e do império britânico, incluindo “O Horror da Guerra” (The Pity of War), “Império” (Empire), “A Ascensão do Dinheiro” (The Ascent of Money), “Civilização” (Civilization) e “A Praça e a Torre” (The Square and the Tower). Seus livros ganharam vários prêmios, incluindo o Prêmio Internacional Emmy de Melhor Documentário em 2009 por “A Ascensão do Dinheiro”. Ele também apresentou várias séries de documentários para canais como Channel 4 e PBS.

Além de seu trabalho acadêmico, Ferguson é colunista regular para veículos como Financial Times, Newsweek e Bloomberg Opinion. Ele fundou a empresa de consultoria Greenmantle LLC e é co-fundador do banco digital Ualá. Em reconhecimento à sua contribuição à história, Ferguson foi recentemente condecorado com o título de cavaleiro pelo Rei Charles.

Niall Ferguson é casado com Ayaan Hirsi Ali, escritora e ex-política somali-holandesa-americana, e juntos eles têm dois filhos.

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Alexandre Borges

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Comentários (1)

Rosa Maria Becker

2024-06-18 11:06:34

Sob a ótica dele, parece mesmo.


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