Sequestro de 20 mil crianças ucranianas pela Rússia é “genocídio cultural”, diz Ucrânia
Diretoria de Inteligência aponta mais de 200 envolvidos em deportação ilegal
A Principal Diretoria de Inteligência da Ucrânia (HUR) afirmou que “pelo menos 20.000 crianças ucranianas” foram sequestradas pela Rússia desde o início da invasão em grande escala de 2022 e classificou o ato de deportá-las ilegalmente como uma forma de “genocídio cultural”, informa o jornal Kyiv Post.
A HUR criou um banco de dados de “todos os envolvidos na deportação de crianças ucranianas: funcionários que tomam decisões, [e] participantes de organizações de ‘reeducação’ de jovens”, entre os quais estão cúmplices ucranianos de militares russos.
Acusados pelos sequestros
Os mais de 200 indivíduos nomeados foram categorizados como “organizadores” ou “executores” da deportação. O banco de dados lista os nomes oficiais de cada um, sua data e local de nascimento, número de imposto, cargo ou ocupação oficial e descrição de seu envolvimento nos sequestros.
Entre os que foram nomeados, está Maria Lvova-Belova, comissária da Rússia para os direitos das crianças e alvo de mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) ao lado do ditador russo Vladimir Putin por seu papel no rapto de crianças ucranianas.
O banco de dados também inclui chefes de administrações locais e organizadores de acampamentos juvenis na Rússia destinados a “russificar” as vítimas.
Até o momento da reportagem, cidadãos bielorrussos como Dzmitry Shautsou, chefe da unidade bielorrussa da Cruz Vermelha, suspenso por seu papel no sequestro de crianças ucranianas, não haviam sido incluídos no banco de dados.
Crianças deportadas à força
Em novembro de 2023, o Kyiv Post informou que o então adolescente Bohdan Yermokhin foi devolvido à Ucrânia depois de ser deportado à força de Mariupol para a Rússia, aos 17 anos.
Em março de 2024, crianças resgatadas do cativeiro russo, como Sashko, Ilya e Kira, viajaram a Nova York para relatar ao Conselho de Segurança da ONU os horrores que enfrentaram. O ator americano Liev Schreiber, estrela de X-Men, acompanhou a visita.
“Os russos disseram que minha mãe não precisava de mim e que eu seria entregue a uma família adotiva na Rússia… Imagine – eles nem me deixaram dizer adeus à minha mãe”, contou Sashko, de 13 anos.
Lula nunca criticou Putin pelo sequestro de 20 mil crianças ucranianas. Quando o TPI emitiu os mandados de prisão, o presidente do Brasil tentou desqualificar o tribunal e articular uma visita do ditador ao país.
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