Seleção de basquete irlandesa se recusa a cumprimentar israelenses
Irlandesas protestaram contra entrevista de jogadora israelense que chamou o time de "bastante antissemita"
A seleção feminina de basquete da Irlanda decidiu não cumprimentar a equipe de Israel antes de sua partida em Riga, Letônia, na etapa de qualificação da EuroBasket.
A decisão foi uma resposta direta aos comentários da jogadora israelense Dor Saar que, em entrevista, acusou a equipe irlandesa de ser “bastante antissemita”. A confederação de basquete irlandesa, repudiando as afirmações, classificou como “inflamatórias e totalmente imprecisas” e comunicou a situação à FIBA Europa.
“Não participaremos dos cumprimentos pré-jogo tradicionais com nossos próximos adversários”, anunciou a Basketball Ireland, comunicando a decisão de não trocar presentes ou apertos de mão, além de posicionar suas jogadoras para o hino nacional ao lado do banco, e não no centro da quadra.
Sharon Ducker, técnico de Israel, criticou a ação irlandesa, alegando falta de respeito pelo que o jogo simboliza. Enquanto isso, a jogadora Saar defendeu sua posição, enfatizando a necessidade de “mostrar que somos melhores que eles e vencer”, destacando a antipatia percebida contra Israel.
O jogo, marcado por essa controvérsia, terminou com a vitória de Israel por 87 a 57.
Desde o início da guerra em 7 de outubro, o antissemitismo no esporte e além tem enfrentado um aumento alarmante globalmente. Este fenômeno não é isolado a uma região, mas sim uma tendência preocupante que se espalha por várias partes do mundo.
Aumento global do antissemitismo
Após o ataque de 7 de outubro, estudos indicam um crescimento do antissemitismo. O relatório de antissemitismo de 2023, divulgado pelo Ministério da Diáspora de Israel e a Luta contra o Antissemitismo, em colaboração com a Organização Sionista Mundial e a Agência Judaica, destacou um aumento de 235% nos incidentes antissemitas em todo o mundo em comparação com o ano anterior.
Este aumento é especialmente notável nos Estados Unidos, onde 45% de todos os incidentes antissemitas monitorados em 2023 ocorreram, seguido por 39% na Europa. Houve também um aumento de 33% nos eventos antissemitas violentos em comparação com 2022, incluindo o assassinato de seis judeus nos Estados Unidos, Egito e Tunísia.
Nos Estados Unidos, a Liga Anti-Difamação (ADL) registrou um aumento de 337% nos incidentes antissemitas nos três meses seguintes ao ataque de 7 de outubro, marcando o maior número de incidentes antissemitas registrados em um período de dois meses desde o início da documentação desses incidentes em 1979.
Desafios de segurança para atletas israelenses nas Olimpíadas de Paris
A onda de antissemitismo também criou novos desafios de segurança para atletas israelenses, particularmente em preparação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
A presidente do Comitê Olímpico de Israel, Yael Arad, expressou preocupação com os requisitos de segurança únicos e os desafios que esses atletas lideram, mencionando que alguns enfrentaram obstáculos até mesmo para participar das competições necessárias para a classificação e obtenção de índices olímpicos.
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