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Scholz endurece discurso e promete mais deportação de islâmicos

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Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 06.06.2024 09:36 comentários
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Scholz endurece discurso e promete mais deportação de islâmicos

“O ataque fatal com faca a um jovem agente da polícia é uma expressão de uma ideologia misantrópica, de um islamismo radical. Só existe um termo para isso: terror. Declaramos guerra ao terror.”, discursou o chanceler alemão

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Scholz endurece discurso e promete mais deportação de islâmicos
Reprodução/Instagram

O Chanceler alemão Olaf Scholz discursou em frente ao Bundestag nessa quinta-feira, 6 de junho, e falou sobre a atual situação de segurança. Veja cinco frases centrais do seu discurso e o que está por trás delas.


1 “Esses criminosos deveriam ser deportados – mesmo que venham da Síria e do Afeganistão.

Após a morte de um jovem agente da polícia em Mannheim, na sequência de um ataque islâmico com faca na sexta-feira passada, e pouco antes das eleições europeias deste domingo, Olaf Scholz (SPD) quer demonstrar vontade de agir.

A AfD, partido de extrema direita que tende a concentrar a pauta do radicalismo islâmico, pode esperar uma nova onda de apoio após o crime com faca. O resultado será visto no domingo, quando forem eleitos o Parlamento Europeu e os conselhos locais de sete estados federais. O pânico no partido do Chanceler já era grande antes de “Mannheim”. Agora ela está ainda mais.

Scholz sabe que o ataque com faca do afegão de 25 anos, primeiro contra o crítico islâmico Michael Stürzenberger e outras pessoas, depois contra o policial de 29 anos, que posteriormente morreu, deixou muitas pessoas indignadas


Como Chanceler, Scholz é responsável pela segurança, mesmo que a polícia seja uma responsabilidade do Estado. A origem do agressor com faca é sensível politicamente, uma vez que se enquadra numa imagem do governo que é geralmente demasiado indulgente com os criminosos e deporta muito poucos requerentes de asilo rejeitados.

O fato de o afegão não ter sido deportado em 2014 devido à sua pouca idade, apesar do seu pedido de asilo ter sido rejeitado, e agora porque é pai de uma criança alemã, não torna a questão menos problemática.

Scholz irá mesmo deportar criminosos para a Síria ou o Afeganistão, virando assim a sua posição anterior em 180 graus? Difícil de dizer. No discurso, Scholz falou apenas de criminosos “da” Síria e do Afeganistão.

A maioria dos Verdes não aplaude esta passagem do discurso de Scholz, ao contrário do SPD, do FDP e da CDU/CSU.

2 – “Criminosos graves e ameaças terroristas não têm lugar aqui.”

Não é verdade. A Conferência dos Ministros do Interior (IMK) dos governos federal e estadual já criticou em 2023 que criminosos graves e pessoas perigosas de países como a Síria e o Afeganistão não podem ser deportados para os seus países de origem. Os ministros do Interior dos estados federais pediram ao Ministério Federal do Interior que procurasse uma resolução para isso até 19 de junho.

Scholz exigiu em 2023: “Devemos finalmente deportar em grande escala aqueles que não têm o direito de permanecer na Alemanha. Qualquer pessoa que não possa contar com razões para proteção e não tenha perspectivas de permanecer deve partir”.

Embora 16.430 estrangeiros tenham sido deportados em 2023, entraram no país mais requerentes de asilo. Além disso, 31.330 deportações não puderam ser realizadas no ano passado, conforme anunciou o governo federal em março em resposta a um pedido da AfD.

3 – “O ataque fatal com faca a um jovem agente da polícia é uma expressão de uma ideologia misantrópica, de um islamismo radical. Só existe um termo para isso: terror. Declaramos guerra ao terror.

Olaf Scholz era Senador do Interior em Hamburgo quando terroristas islâmicos pilotaram aviões contra o World Trade Center e o Pentágono e planejaram fazer o mesmo com o Capitólio em Washington; Partes do grupo de terroristas já haviam vivido em Hamburgo. Como Senador do Interior na sua cidade natal, Hamburgo, ele assumiu uma linha dura: “Sou liberal, mas não estúpido”.

Quando Scholz fala agora de “terror”, exige medidas duras. O Chanceler está sob pressão comparável à de 2001, incluindo pressão política (partidária).

4 – “Se tais eventos climáticos extremos acontecerem com mais frequência, então não será mais apenas um infortúnio. Então é resultado das mudanças climáticas.”

É importante para Scholz não só falar sobre o esfaqueamento em Mannheim, mas também sobre as inundações e a guerra na Ucrânia. Seis pessoas morreram na enchente que atingiu recentemente o sul da Alemanha.

Ele queria diversificar a sua declaração governamental, sobretudo para reunir melhor a sua coligação. Apesar de todas as divergências entre os Verdes e o FDP, há consenso na luta contra as alterações climáticas.

5 – “A Ucrânia tem o direito, ao abrigo do direito internacional, de se defender contra ataques ao seu território, às suas cidades e aos seus cidadãos. Isto também se aplica a ataques como aqueles na área de Kharkiv, que a Rússia realiza a partir de posições na área fronteiriça russa diretamente adjacente.”

Com estas frases, o Chanceler descreve a última mudança na sua política para a Ucrânia. Na sexta-feira, 31 de maio, depois de muita consideração, o governo federal permitiu que a Ucrânia utilizasse armas alemãs contra alvos na zona fronteiriça russa.

O público soube disso em um comunicado à imprensa do porta-voz do governo. Uma justificativa do Chanceler? Nenhuma, pois Scholz não havia explicado anteriormente sua posição contrária.

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