Samuel Feldberg na Crusoé: O governo Trump e o Oriente Médio
Se seu último mandato for um prenúncio do próximo, os israelenses terão razão em tê-lo apoiado inequivocamente
Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos após uma dura campanha eleitoral, que expôs a enorme clivagem na sociedade americana. A amplitude de sua vitória surpreendeu muita gente e, com isso, Trump terá amplos poderes para governar. Ele já contava com uma Suprema Corte conservadora, conquistou a maioria no Senado, e talvez a consiga também na Câmara.
Se seu último mandato for um prenúncio do próximo, os israelenses terão razão em tê-lo apoiado inequivocamente.
No mandato anterior, Trump cumpriu a promessa há muito pendente de mudar a embaixada americana para Jerusalém, reconheceu a anexação israelense das Colinas do Golã e promoveu os Acordos de Abraão que normalizaram as relações de Israel com diversos países árabes.
É verdade que este governo democrata de Joe Biden deu a Israel um apoio inédito ao longo do último ano. Foi a primeira vez que um presidente americano visitou Israel no decorrer de uma guerra. Os EUA enviaram quase 18 bilhões de dólares de ajuda.
O fluxo de armamentos e munições foi ininterrupto e pela primeira vez, desde a Guerra do Golfo em 1991, soldados americanos estão estacionados em território israelense operando um sistema antimísseis.
Mas o apoio veio acompanhado de restrições e da tentativa de conter a reação israelense ao ataque de 7 de outubro e à hostilidade do Hezbollah.
Israel infringiu todas as barreiras estabelecidas pelos EUA: entrada por terra em Gaza, bombardeio das mesquitas, escolas e hospitais que abrigavam terroristas, deslocamento da população civil, retenção da ajuda humanitária, entrada em Rafah e ocupação do Corredor Filadelfi, assim como a atual operação de larga escala no Líbano.
O impacto dessas ações causou desconforto e complicou a campanha da candidata democrata, especialmente junto aos eleitores árabes no estado americano de Michigan e aos democratas mais progressistas.
No período de transição de dois meses, o presidente Biden, livre de constrangimentos eleitorais e políticos talvez tente estabelecer o seu legado…
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