Rússia prende jornalista da Forbes por citar massacre em Bucha
Sergei Mingazov está preso em Khabarovsk, no Extremo Oriente russo, por “publicações sobre os acontecimentos em Bucha”, indicou o advogado, em referência ao massacre de 2022 perpetrado pelo exército russo.
Um jornalista russo da edição russa da revista Forbes foi preso por ter, segundo a promotoria, divulgado informações falsas sobre abusos cometidos pelo exército russo na Ucrânia, anunciou nesta sexta-feira, 26 de abril, seu advogado Konstantin Boubone.
Sergei Mingazov está preso em Khabarovsk, no Extremo Oriente russo, por “publicações sobre os acontecimentos em Bucha”, indicou o advogado, em referência ao massacre de 2022 perpetrado pelo exército russo.
A Forbes Rússia afirmou que não conseguiu entrar em contato com o seu repórter.
O canal de Telegram de Mingazov contém dezenas de publicações referentes a Bucha. Não ficou claro qual deles foi o motivo para colocá-lo na prisão.
Outro condenado por denunciar o massacre
Em setembro de 2023, um tribunal militar russo já havia condenado Richard Roouz a oito anos de prisão por publicações nas redes sociais em que ele denunciou o massacre de Bucha, na Ucrânia, e responsabilizouVladimir Putin.
Roouz, que foi preso em meados de abril de 2022, foi considerado culpado de espalhar “informações falsas” sobre o exército russo e de incitar o terrorismo através das suas atividades online.
O massacre de Bucha e o negacionismo brasileiro
O Massacre de Bucha foi o assassinato em massa de civis ocorrido em março de 2022 durante a invasão russa à Ucrânia em 2022. Material fotográfico e de vídeo do massacre começou a surgir em 1º de abril de 2022, depois que as forças russas se retiraram da cidade.
Em maio de 2023, o assessor especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim, esteve em Bucha, cidade a 30 quilômetros de Kiev. Ele conversou por 15 minutos com o pároco local e, dentro da igreja, viu uma exposição de fotos do massacre, mas não deu importância
Em entrevista logo após a visita à Bucha, Amorim disse não ter acreditado no que viu: “Obviamente, nós somos contra as atrocidades e as mortes em qualquer lugar que ocorram. São imagens fortes, não vou entrar em detalhes. Mas não dá para tirar conclusões totalmente, são fotos’.”
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