Rússia liga França a ataque em Moscou. Franceses reagem
“O regime de Kiev não faz nada sem a aprovação dos seus supervisores ocidentais. Esperamos que, neste caso, os serviços secretos franceses não estejam por trás disto”, declarou o ministro russo, Sergei Shoigu
O Presidente francês, Emmanuel Macron, reagiu às palavras do ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, que disse esperar “que os serviços secretos franceses não estejam por trás” do ataque a Moscou.
A acusação fez o ex-presidente François Hollande e o ex ministro Jean-Yves Le Drian reagirem também.
Emmanuel Macron denunciou esta quinta-feira, 4 de abril, “comentários ameaçadores” dos russos na sequência do ataque em Moscou que custou a vida a pelo menos 144 pessoas.
“O regime de Kiev não faz nada sem a aprovação dos seus supervisores ocidentais. Esperamos que, neste caso, os serviços secretos franceses não estejam por trás disto”, declarou o ministro russo, Sergei Shoigu, em um comunicado de imprensa.
Emmanuel Macron vê na acusação do Kremlin um aumento da postura agressiva da Rússia não apenas contra a França: “Convido-vos a ver o que foi feito em termos de fuga de informação sobre altos militares alemães, o que foi feito também em relação ao Reino Unido e aos Estados Unidos, que os russos disseram estar por detrás do ataque. Há uma sucessão de informações que sabemos serem falsas, o que corresponde a posturas ameaçadoras”, julgou.
“Manipulação extrema”
A reação do Presidente francês faz eco à do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-ministro da Defesa Jean-Yves le Drian, que denunciou a exploração do terrorismo para fins de propaganda como “deletéria e intolerável.”
O ex ministro lamentou que a reação russa se tenha concentrado “numa suspeita de potencial colaboração dos serviços secretos franceses na ação de terroristas contra o povo russo” e chamou a atitude de manipulação extrema: “Estamos na manipulação absoluta e infelizmente na instrumentalização do terrorismo para fins de propaganda.”
Jean-Yves le Drian considerou também que a Rússia ameaçava indiretamente a segurança da França e da Europa:
“Estamos atravessando um período extremamente grave em que os grandes princípios de segurança que foram gradualmente adquiridos desde o fim da última guerra estão a ser postos em causa.”
“Nenhum contato com a Rússia”, recomenda Hollande
Por sua vez, o ex-Presidente da República François Hollande recomendou que o governo não mantivesse contacto com a Rússia: “Vocês viram como a Rússia explora este tipo de discussões e até sugere que seria a França quem poderia ter apoiado os ataques em Moscou”, apontou o ex-presidente.
Contexto
No dia 22 de março, homens armados entraram numa sala de concertos antes de abrirem fogo contra a multidão e incendiarem o edifício. Pelo menos 144 pessoas morreram e 360 ficaram feridas neste ataque reivindicado pelo EI. O Kremlin admitiu que “islamicos radicais” estiveram por trás do ataque, ao mesmo tempo que sugeriu um envolvimento ucraniano coordenado pelo Ocidente.
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