A natureza da ameaça de segurança representada pela Coreia do Norte poderia mudar “drasticamente” na próxima década como resultado de sua cooperação sem precedentes com a Rússia, alertou Pranay Vaddi, diretor sênior do controle de armas da Casa Branca, na última quinta-feira.

“Estamos assistindo a um nível de cooperação sem precedentes entre a Rússia e a Coreia do Norte no campo militar,” disse Vaddi ao think tank Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington. “E digo sem precedentes com muita intenção – Nunca vimos isso antes.”

Potenciais desdobramentos da cooperação Russo-Coreana

Segundo Vaddi, é necessário prestar muita atenção não apenas à ajuda da Coreia do Norte armada nuclearmente para a guerra da Rússia na Ucrânia, principalmente na forma de sistemas de mísseis, mas “ao que poderia estar indo na direção contrária também”.

“Como isso poderia melhorar as capacidades da Coreia do Norte? E o que isso significa para nossa própria postura de dissuasão ampliada na região com a Coreia e o Japão?” questiona. “Acredito que a natureza da Coreia do Norte como ameaça na região possa mudar drasticamente na próxima década como resultado dessa cooperação,” concluiu Vaddi.

A postura dos EUA perante a nova ameaça

Vaddi afirmou que os Estados Unidos continuarão a trabalhar com a Coreia do Sul para garantir que sua “dissuasão ampliada” combinada seja o mais crível possível diante da crescente ameaça da Coreia do Norte – referindo-se à “proteção nuclear” dos EUA a aliados.

Questionado sobre o quanto de preocupação havia de que tais aliados buscassem suas próprias capacidades de defesa nuclear diante da crescente ameaça norte-coreana, Vaddi disse: “Queremos ter certeza de que o sistema de guarda-chuva nuclear dos EUA conforme foi existente permanece suficiente para dissuadir ameaças, incluindo ameaças emergentes que estão surgindo na Europa e na Ásia.”

Desde o envio de tropas à Ucrânia em 2022, Putin aprofundou os laços com a Coreia do Norte, e Washington condenou o que disse terem sido significativas entregas de mísseis norte-coreanos à Rússia, em meio a preocupações de que a Rússia poderia estar compartilhando tecnologia de armas com Pyongyang em troca.

Por fim, um auxiliar do primeiro-ministro húngaro disse na quinta-feira que a Suécia não fez nada para aumentar a confiança em sua adequação para a adesão à OTAN e deu a impressão de que ingressar na aliança não é uma prioridade para o país.

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