Retrospectiva: o dia em que o Louvre foi alvo do roubo mais ousado da história
As joias da coroa francesa desaparecidas incluem tiaras, colares e broches que pertenceram a Maria Luísa, Maria Amélia e à Imperatriz Eugênia
O Museu do Louvre foi cenário do roubo mais ousado da história recente da França em 19 de outubro do ano passado. Três criminosos disfarçados de operários invadiram a Galeria de Apolo em plena luz do dia e levaram oito joias imperiais de valor inestimável.
As joias da coroa francesa desaparecidas incluem tiaras, colares e broches que pertenceram a Maria Luísa, Maria Amélia e à Imperatriz Eugênia. A operação durou apenas quatro minutos e deixou a França em choque.
O golpe cinematográfico em plena luz do dia
Os ladrões aproveitaram obras de restauração no museu para posicionar um guindaste na calçada do Sena. Com escadas de alumínio e disfarçados com coletes amarelos de operários, eles quebraram uma janela da galeria usando rebarbadoras e maçaricos.
A Galeria de Apolo, construída para glorificar Luís XIV, é um dos espaços mais emblemáticos do Louvre. Os criminosos ignoraram o diamante Régent, avaliado em mais de 60 milhões de dólares, e focaram nas vitrines com as joias imperiais recém-reorganizadas em 2019.
🇫🇷 Après le vol qu’a subi le Louvre hier, le musée a le regret de vous informer qu’il restera fermé au public ce jour. Les visiteurs ayant déjà réservé leurs billets seront remboursés.
— Musée du Louvre (@MuseeLouvre) October 20, 2025
🌎Following yesterday's robbery at the Louvre, the museum regrets to inform you that it will… pic.twitter.com/1UMDtyCty1
Quais joias históricas foram roubadas do Louvre?
As oito joias desaparecidas representam diferentes períodos da monarquia francesa. O conjunto inclui tiara, colar e brinco de safiras que pertenceram às rainhas Maria Amélia e Hortense, além do colar e brincos de esmeraldas da Imperatriz Maria Luísa, presente de casamento de Napoleão Bonaparte.
Duas peças pertenceram à Imperatriz Eugênia de Montijo, esposa de Napoleão III. O broche relicário, criado em 1855 com 94 diamantes, e o grande laço de corpete com 2.438 brilhantes foram exibidos na Exposição Universal de Paris e representavam o esplendor do Segundo Império.

Como a república vendeu o tesouro nacional em 1887
Poucas pessoas sabem que as joias da coroa francesa já foram quase totalmente perdidas antes. Em 1887, a Terceira República decidiu leiloar o tesouro nacional para humilhar a monarquia após a queda de Napoleão III.
- O leilão dispersou 77.486 pedras preciosas e rendeu apenas 6.864.050 francos
- Pedras únicas foram vendidas a preços irrisórios para colecionadores particulares
- O Louvre gastou décadas recomprando peças, como o broche relicário por 6,72 milhões de euros em 2008
- Muitas joias históricas nunca mais foram encontradas após serem desmontadas
A investigação e o destino das joias imperiais
Mais de 60 investigadores da polícia francesa, Interpol e Europol trabalham no caso. A promotora Laure Beccuau classificou os criminosos como extremamente preparados, mas descartou interferência estrangeira como hipótese principal.
Christopher Marinello, especialista em recuperação de arte, teme que as joias sejam destruídas. Se o objetivo for apenas dinheiro rápido, os metais podem ser derretidos e as pedras recortadas, causando perda cultural irreparável de tesouros que sobreviveram à Revolução Francesa, guerras napoleônicas e séculos de turbulência.
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