Reitora de Columbia não admite que “do rio ao mar” é antissemita
Durante audiência sobre antissemitismo no Congresso americano, a muçulmana Minouche Shafik, presidente da Universidade Columbia, foi acusada de negligente em relação aos judeus do campus
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos realizou uma audiência nesta quarta-feira, 17, sobre o antissemitismo no campus da Universidade de Columbia.
Minouche Shafik, reitora da universidade, recusou-se a classificar o slogan “Do rio ao mar, a Palestina será livre” como antissemita, descrevendo-o apenas como “doloroso” e expressou desejo de não ouvir tal frase no campus. Claire Shipman, copresidente do conselho, destacou que os recentes eventos revelam uma crise moral e falhas nos sistemas da universidade.
O slogan “Do rio ao mar, a Palestina será livre” é antissemita porque simboliza o controle palestino sobre todo o território dentro das fronteiras de Israel, do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo. Este grito de guerra é associado a grupos terroristas como a Frente Popular para a Libertação da Palestina (PFLP) e o Hamas.
O Hamas, em particular, chamou pela destruição de Israel em seu estatuto governamental original de 1988 e foi responsável pelo ataque terrorista de 7 de outubro de 2023 contra civis israelenses, que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas, marcando o dia mais mortal para os judeus desde o Holocausto. Esse slogan também é comum entre ativistas pró-palestinos, especialmente em ambientes universitários, e pede o estabelecimento de um Estado Palestino que apaga o Estado de Israel e seu povo.
Virginia Foxx, presidente da Comissão de Educação e Trabalho da Câmara, acusou Minouche Shafik, muçulmana nascida no Egito e naturalizada britânica, de negligência na proteção de estudantes judeus e de permitir que a universidade se tornasse um palco para apoiadores do terrorismo.
A audiência foi convocada após incidentes de antissemitismo que aumentaram desde o massacre promovido pelo Hamas em 7 de outubro. Durante a sessão, estudantes judeus relataram os preconceitos enfrentados. David Greenwald, copresidente do conselho da universidade, e o professor David Schizer, também apresentaram depoimentos.
A audiência segue discussões semelhantes ocorridas em dezembro, envolvendo outras instituições como Harvard e MIT, onde presidentes das universidades também se recusaram a condenar explicitamente chamados por genocídio contra judeus. Após a audiência de dezembro, presidentes das universidades de Harvard e da Pensilvânia renunciaram.
A administração de Columbia cancelou uma discussão de um grupo estudantil pró-palestino que buscava justificar o massacre de 7 de outubro. A universidade investiga atualmente dois professores por declarações discriminatórias, em meio a um ambiente de crescente preocupação com a segurança e respeito mútuo no campus.
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