O Reino Unido está enfrentando um preocupante aumento nos ataques com facas, levando o governo a intensificar medidas de repressão enquanto a ansiedade pública cresce. Recentemente, um homem armado com uma espada matou um garoto de 14 anos em Londres, um caso que reavivou a dor de Pooja Kanda, mãe de um adolescente morto em circunstâncias semelhantes há dois anos.

“Isso me trouxe de volta,” disse à AP News Kanda, de Birmingham, sobre o ataque que vitimou Daniel Anjorin e feriu outras quatro pessoas no final de abril. “É doloroso ver que isso aconteceu de novo.”

Em países onde a posse de armas de fogo é estritamente regulada, como o Reino Unido, facas e lâminas são frequentemente usadas em crimes, muitas vezes por crianças, devido à facilidade de acesso.

Embora o número de esfaqueamentos fatais tenha se mantido estável na última década, o aumento nos crimes com facas elevou as preocupações e levou a apelos por medidas governamentais mais rigorosas.

O crime “facilitado por facas” subiu 7% na Inglaterra e no País de Gales no último ano, com um aumento de 20% em Londres. Segundo o governo, das 244 mortes por esfaqueamento registradas até março de 2023, 101 foram causadas por facas de cozinha.

Em resposta, novas leis serão implementadas em setembro, proibindo a venda de facões e fechando brechas na legislação sobre facas de grande porte. No entanto, especialistas, como Tony Travers da London School of Economics, apontam que regular armas brancas é mais difícil do que armas de fogo.

O impacto emocional e social desses crimes é devastador. Sanjoy O’Malley-Kumar, que perdeu sua filha em um ataque em Nottingham, destacou no programa “Good Morning Britain” que “parece que todos os dias algo assim é reportado na imprensa.”

A atenção pública e o debate sobre políticas como a revista stop-and-search cresceram, com personalidades como o ator Idris Elba pedindo ação governamental urgente. Elba denunciou a facilidade de comprar facas online durante um protesto em janeiro.

Apesar das restrições e esforços contínuos, ataques esporádicos e violentos continuam a ocorrer, ampliando o medo e a desconfiança nas cidades britânicas.

Ataque deixa Taylor Swift em choque

Uma aula de dança e ioga temática de Taylor Swift em Southport, noroeste da Inglaterra, foi cenário de uma tragédia nesta segunda-feira, 29. Um ataque a faca deixou três crianças mortas e várias outras pessoas feridas, gerando comoção e pânico na comunidade.

Uma menina de 9 anos, gravemente ferida no ataque, faleceu nesta terça, 30, elevando o número de mortos para três. As outras vítimas fatais eram meninas de 6 e 7 anos. O ataque deixou ainda oito crianças e dois adultos hospitalizados, sendo que cinco dessas crianças e ambos os adultos estão em estado crítico.

Taylor Swift, em uma declaração emocionada no Instagram, expressou sua total consternação. “Estou completamente em choque e ainda absorvendo o horror desse evento. Essas eram apenas crianças pequenas em uma aula de dança,” escreveu a cantora. “Estou sem palavras para transmitir minhas condolências às famílias.”

O suspeito, um jovem de 17 anos, foi preso sob suspeita de assassinato e tentativa de assassinato. Testemunhas descreveram cenas de terror, com crianças correndo ensanguentadas pelas ruas. “Eles estavam na rua, fugindo da creche,” relatou Bare Varathan, dono de uma loja próxima. “Foram esfaqueados em várias partes do corpo.”

O primeiro-ministro Keir Starmer classificou o ataque como “horrendo e profundamente chocante”. O Rei Charles III e o Príncipe William também expressaram suas condolências às famílias afetadas.