Presidente da Emirates dá ultimato para Boeing restaurar reputação
O presidente da Emirates, Tim Clark, exige que a Boeing restaure a reputação questionada por questões de segurança e problemas de produção.
Presidente da Emirates, Tim Clark se une a outros executivos de companhias aéreas ao cobrar da Boeing esforços para restaurar a sua reputação após uma série de problemas recentes com segurança e produção.
Boeing: Queda nos padrões
Em uma entrevista recente ao Financial Times, Clark discutiu um “declínio progressivo” nos padrões da Boeing que, segundo ele, se devem a erros de gestão e práticas corporativas de longa duração, inclusive a priorização do lucro em detrimento da excelência em engenharia. “Eles precisam rever seus processos de fabricação para que não haja atalhos. Tenho certeza de que Dave Calhoun e Stan Deal estão nisso”, disse ele, referindo-se ao CEO da Boeing e ao chefe de aviões comerciais, respectivamente.
Uma dança de desafios consistentes
O CEO da United, Scott Kirby, lamentou os “consistentes desafios de fabricação” da Boeing em uma entrevista à CNBC no mês passado, declaração que fez eco com os CEOs da American e da Alaska Airlines. Mas nenhum deles tem o peso de Clark no setor aeronáutico. Clark está na Emirates desde a década de 1980 e a companhia aérea é uma das maiores clientes da Boeing.
Em relação a futuros contratos, a Emirates fez um pedido de 95 jatos Boeing 777 e 787 de fuselagem larga, utilizados para voos de longa distância, no valor de US$ 52 bilhões.
Crise na Boeing: da tragédia à fiscalização
Os problemas da Boeing foram intensificados por dois acidentes ocorridos na Indonésia e na Etiópia, em outubro de 2018 e março de 2019, respectivamente, que resultaram na morte de 346 pessoas. Esses acontecimentos levaram à paralisação temporária de alguns jatos da Boeing e ao adiamento de entregas de outros. O incidente mais recente teve destaque em janeiro deste ano, com a explosão da fuselagem de um 737 Max 9 durante o voo.
Frente a esse cenário, Clark afirmou que pela primeira vez a Emirates enviará seus próprios engenheiros para observar o processo de produção da Boeing e de seu fornecedor, a Spirit AeroSystems. “O fato de termos de fazer isso é uma prova do que aconteceu”, disse ele ao Financial Times. A Boeing “precisa de uma visão completa de como produz aviões”, acrescentou.
Mudança nas prioridades
O presidente da Emirates acredita que a Boeing conseguirá restaurar sua antiga glória e irá continuar a produzir e projetar grandes aviões, bem montados e confiáveis. Mas antes, a empresa precisa colocar “a casa em ordem”.
Na semana passada, o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, expressou “muita confiança” em Calhoun e no diretor financeiro da Boeing, Brian West, para transformar a empresa. No entanto, também anunciou que a companhia aérea estava colocando mais engenheiros próprios em fábricas que constroem aviões Boeing para realizar verificações extras.
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