O prefeito de Nova York, Eric Adams, se entregou às autoridades federais nesta sexta-feira, 27, em Manhattan, após ser formalmente acusado de corrupção e suborno.

Adams, de 64 anos, é o primeiro prefeito em exercício da cidade a ser indiciado por crimes em um caso que envolve acusações de fraude, conspiração e recebimento de mais de 100 mil dólares em benefícios ilegais de empresários e funcionários do governo turco.

De acordo com a denúncia, Adams teria recebido viagens internacionais e estadias em hotéis de luxo em troca de favores políticos. Entre as acusações, está a pressão para que o Departamento de Bombeiros aprovasse a abertura de um prédio consular turco, mesmo com problemas de segurança, a tempo de uma visita do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em 2021. A denúncia detalha que o esquema começou quando Adams era presidente do distrito do Brooklyn e continuou após ele assumir a prefeitura em 2022.

O prefeito, que enfrenta cinco acusações criminais, incluindo fraude e solicitação de doações estrangeiras ilegais, se declarou inocente e prometeu lutar contra as acusações, afirmando que continuará no cargo. “Peço aos nova-iorquinos que aguardem antes de fazer julgamentos”, disse Adams em um comunicado nesta quinta-feira, 26, antes de sua audiência.

A reação política foi rápida. Vários políticos, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez e o congressista Jerrold Nadler, pediram sua renúncia, alegando que Adams perdeu a capacidade de governar a cidade de forma eficaz. No entanto, figuras políticas influentes, como o senador Chuck Schumer e a governadora Kathy Hochul, ainda não se pronunciaram oficialmente a favor da renúncia. Hochul, que tem o poder de removê-lo do cargo, afirmou que o prefeito deveria “avaliar sua capacidade de continuar servindo os nova-iorquinos”.

Se condenado por todas as acusações, Adams pode enfrentar até 45 anos de prisão, embora a pena provavelmente seja menor. A situação política do prefeito está cada vez mais crítica, com a renúncia de vários membros de sua administração nas últimas semanas e uma série de investigações federais em curso, o que aumenta a pressão por sua saída.

Apesar disso, Adams se mantém firme, afirmando que as acusações são “uma tentativa de minar sua gestão”, insinuando que seu confronto com a administração Biden sobre a crise migratória pode ter influenciado o caso. As próximas semanas serão decisivas para o futuro do prefeito, que enfrentará novas audiências na justiça.