Polícia do Equador invade embaixada mexicana e prende ex-vice-presidente
México suspendeu relações diplomáticas com o Equador após invasão; Jorge Glas foi condenado a 6 anos de prisão por receber propina da Odebrecht
A polícia do Equador invadiu na noite de sexta-feira, 5, a embaixada mexicana em Quito e prendeu o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas. Ele foi condenado a seis anos de prisão por receber propina da Odebrecht e tinha recebido asilo político do México.
Após a invasão, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, ordenou a suspensão das relações diplomáticas com o Equador.
Glas estava na embaixada mexicana desde 17 de dezembro de 2023, em uma decisão que agravou as tensões entre os dois governos.
Durante a noite, policiais equatorianos foram até a embaixada do México em Quito e arrombaram as portas externas para entrar no prédio. A principal avenida de acesso também foi fechada pela polícia.
A invasão da embaixada ocorreu horas depois de o México ter concedido asilo político ao ex-vice-presidente do Equador. Quito descreveu a decisão como “um ato ilícito” que “promove a impunidade”.
Já o presidente do México afirmou nas redes sociais que a invasão constituía “um ato autoritário” e uma violação flagrante do direito internacional e da soberania mexicana.
Caso Odebrecht
O ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas foi condenado a seis anos de prisão por receber propinas da empreiteira brasileira Odebrecht.
Glas também foi condenado em última instância a oito anos de reclusão por pedir propinas a empresários em troca de licitações no caso conhecido como “Subornos 2012-2016”.
Ele perdeu o cargo em janeiro de 2018, tornando-se o funcionário de mais alto cargo na América Latina sentenciado pelo esquema de propinas da empreiteira brasileira.
Toffoli anula provas contra Glas
Em agosto de 2023, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, estendeu ao ex-vice-presidente do Equador os efeitos da decisão que considerou nulas as provas colhidas nos sistemas Drousys e My Web Day B, no âmbito do acordo de leniência da Odebrecht.
A decisão foi encaminhada ao governo do Equador. O Ministério Público do país criticou em seguida a tentativa de envolver decisões da corte brasileira na ação.
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