Petro imita Chávez e pede aos colombianos banho revolucionário
Gustavo Petro decretou um dia cívico e incentivou os moradores de Bogotá a viajarem durante o fim de semana para amenizar a crise
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, decretou um dia cívico na última sexta-feira, 19, e incentivou os moradores de Bogotá a viajarem durante o fim de semana. A intenção é aliviar a demanda por água, diminuir o consumo de energia elétrica e reduzir o risco de desabastecimento. Como parte dessas medidas, as aulas e o trabalho presencial foram suspensos.
Já o prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, fez um apelo à população colombiana para enfrentar a crise hídrica que assola a capital do país. Em uma tentativa de preservar os recursos hídricos, Galán pediu que os cidadãos tomem banhos de no máximo três minutos e usem o chuveiro a dois, economizando água.
Além disso, o prefeito sugeriu uma medida drástica: pular o banho aos domingos. Embora essa sugestão tenha gerado polêmica, é um reflexo da gravidade da situação que a cidade enfrenta.
Crise hídrica
A crise hídrica é resultado dos baixos níveis dos reservatórios do sistema Chingaza, que abastecem a capital colombiana. Atualmente, esses reservatórios estão com apenas 15,18% da capacidade total.
Estima-se que seriam necessários seis meses de chuvas intensas para restabelecer os níveis normais. Isso significa que, no momento, os reservatórios só seriam capazes de abastecer a cidade por cerca de 50 dias.
De acordo com o presidente Petro, essa situação de baixos níveis nos reservatórios já vem se arrastando há três anos, sem que medidas efetivas para reverter a situação tenham sido tomadas.
Preocupação com fins de semana
As autoridades estão especialmente preocupadas com os fins de semana, já que os registros da Prefeitura de Bogotá indicam que o sábado é o dia de maior consumo de água. Além disso, há o risco de que a redução na oferta de água afete as represas e cause impactos na produção de energia elétrica, o que poderia resultar em um aumento nas contas de luz dos cidadãos.
A crise hídrica também está afetando o Equador. A Colômbia suspendeu a exportação de energia para o país vizinho devido à escassez de recursos hídricos. Como resultado, o governo equatoriano anunciou dois dias de suspensão das atividades de trabalho e educacionais nos setores público e privado.
As medidas adotadas pelos políticos têm gerado debates acalorados entre a população. Alguns moradores se mostram insatisfeitos com as restrições impostas, enquanto outros reconhecem a necessidade urgente de economizar água.
Segundo reportagem do Estadão, o prefeito Galán ressaltou que a redução do consumo de água não é apenas uma questão pontual, mas sim um esforço a longo prazo. Ele enfatizou a importância de todos os servidores públicos e cidadãos se unirem para alcançar esse objetivo em prol do bem comum.
A crise hídrica em Bogotá tem despertado a atenção não apenas das autoridades, mas também dos cidadãos nas redes sociais. As medidas restritivas têm sido amplamente discutidas, gerando opiniões divergentes.
A falta de chuvas intensas tem impactado diretamente o abastecimento de água na cidade, levando a cortes diários em alguns bairros. Essas interrupções duram 24 horas e afetam a mesma vizinhança a cada dez dias.
Diante desse quadro alarmante, a administração pública de Bogotá trabalha para reduzir o consumo de água para 15 metros cúbicos por segundo e alcançar um nível mínimo de 20% da capacidade total dos reservatórios até o final de abril.
Hugo Chévez ensina tomar banho
Em 2009, o então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez um apelo à população para que restringisse o tempo de seus banhos, devido aos graves problemas de abastecimento de água e luz que o país enfrentava.
“Algumas pessoas cantam no chuveiro, ficam meia hora no banho. Não, meninos, três minutos é mais do que suficiente. Eu contei, três minutos, e não cheiro mal”, disse Chávez na ocasião.
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