Petro defende transição e “anistia geral” na Venezuela
Presidente da Colômbia sugere novo modelo de governo para Caracas; declaração coincide com homenagem a María Corina Machado
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, defendeu a necessidade de uma transformação política na Venezuela, com “anistia geral” e o estabelecimento de um governo de transição. A declaração foi feita nesta quarta-feira, 10, dia em que María Corina Machado, opositora do regime chavista, foi homenageada com o Nobel da Paz.
O mandatário colombiano utilizou sua conta no X para dizer que “o problema da Venezuela é mais democracia e é hora de uma anistia geral e de um governo de transição com a inclusão de todos e todas”. Este apelo à unidade e à inclusão ocorre logo após as eleições de agosto de 2024, que reconduziram Nicolás Maduro ao poder em um pleito com alegações de fraude.
A líder opositora María Corina Machado, laureada pelo Nobel, está em situação de clandestinidade desde o período eleitoral. Incapaz de comparecer à cerimônia em Oslo, sua filha, Ana Corina Sosa Machado, recebeu a honraria e proferiu um discurso contra a “ditadura brutal” da Venezuela.
Leia também: Filha de María Corina emociona no Nobel da Paz
Apelo à inclusão política e medidas de descompressão
O governo colombiano já havia proposto, em agosto de 2024, medidas similares de descompressão política, incluindo a suspensão de “todas as sanções contra a Venezuela” e a decretação de uma “anistia geral nacional e internacional”. Petro tem atuado como mediador na região, facilitando a libertação de detidos políticos na Venezuela, entre eles cidadãos colombianos presos sob acusações de serem mercenários.
De acordo com o balanço mais recente divulgado pelo Fórum Penal, existem atualmente na Venezuela pelo menos 893 presos políticos. Petro insiste em uma saída negociada para a crise, criticando tanto a condução do pleito quanto a pressão exercida por Washington sobre Caracas.
Pressão externa e militarização
O governo de Donald Trump defende uma intervenção militar para a deposição de Maduro.
Os EUA já posicionaram uma quantidade significativa de poder de fogo próximo à costa da Venezuela, país vizinho da Colômbia, incluindo o porta-aviões USS Gerald Ford, o maior navio de guerra do mundo. Ataques americanos contra embarcações na região resultaram em 87 mortes desde setembro, sendo que Washington acusa, sem apresentar provas, que os barcos transportavam drogas.
O presidente colombiano alertou para a possibilidade de violações à soberania dos países latino-americanos pela Casa Branca. Petro enviou uma mensagem direta ao governo de Maduro, afirmando que a resposta a agressões externas deve ser uma “revolução democrática”.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Marian
10.12.2025 19:43Quando é para a esquerda, aí tem anistia. Há algo de muito errado.