Pandemia reduz em 1,6 anos a expectativa de vida mundial
A pandemia resultou em um aumento da mortalidade global entre indivíduos com mais de 15 anos entre os anos de 2019 e 2021
Um novo estudo publicado na revista científica The Lancet revelou dados inéditos sobre o impacto da pandemia de Covid na saúde global.
De acordo com a pesquisa, a doença reduziu a expectativa de vida mundial em 1,6 anos entre os anos de 2019 e 2021, devido ao alto número de mortes causadas pelo vírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 20 milhões de pessoas tenham perdido a vida durante esse período.
O estudo apresenta estimativas atualizadas do Global Burden of Disease Study (GBD) 2021. Os pesquisadores indicam que a pandemia resultou em um aumento da mortalidade global entre indivíduos com mais de 15 anos, com crescimento de 22% entre os homens e 17% entre as mulheres, no período analisado.
Por outro lado, apesar da redução na expectativa de vida global, a mortalidade infantil continuou a diminuir durante a pandemia. Houve uma redução de 7% nas taxas de mortalidade entre crianças menores de 5 anos entre os anos de 2019 e 2021.
Diferenças na mortalidade infantil
Ainda existem diferenças significativas na mortalidade infantil entre diferentes regiões. Em 2021, uma em cada quatro crianças que faleceram no mundo vivia no Sul da Ásia, enquanto duas em cada quatro crianças que perderam a vida residiam na África Subsaariana, segundo reportagem da CNN Brasil.
A pesquisa também revelou que a mortalidade entre idosos aumentou em todo o mundo como nunca antes visto nos últimos 70 anos. No entanto, apesar das altas taxas de mortalidade, a expectativa de vida ao nascer aumentou cerca de 23 anos entre 1950 e 2021.
Regiões com maiores quedas na expectativa de vida
O estudo também identificou as regiões com as maiores quedas na expectativa de vida. Países como Peru, Bolívia e México foram os mais afetados nesse aspecto durante os anos de 2019 a 2021. Além disso, foram identificados altos índices de mortalidade durante a pandemia em nações como Jordânia e Nicarágua, informações que não eram consideradas nas estimativas anteriores sobre excesso de mortalidade em todas as faixas etárias.
Em contrapartida, regiões como Nova Zelândia, Barbados e Barbuda, no Caribe, apresentaram as taxas mais baixas de mortalidade devido à pandemia durante o período analisado.
Queda no crescimento da população
O estudo GBD 2021 também avaliou as tendências populacionais globais. A partir de 2017, a taxa de crescimento populacional começou a diminuir após anos de estagnação, e essa queda foi acelerada pela pandemia de Covid. Em 2021, 56 países atingiram o pico populacional e agora devem entrar em declínio populacional. No entanto, o crescimento populacional continuou nos países mais pobres.
Além disso, as populações em todo o mundo estão envelhecendo. Entre os anos 2000 e 2021, o número de pessoas com 65 anos ou mais aumentou mais rapidamente do que o número de pessoas com menos de 15 anos em 188 países e territórios.
Essas mudanças na demografia mundial trarão desafios sociais, econômicos e políticos sem precedentes. Será necessário um esforço político significativo para abordar essas questões nas regiões afetadas. A cooperação global na migração voluntária será fundamental para enfrentar esses desafios.
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