Obama espera “pluralismo” sob Trump
Ex-presidente muda o tom adotado em campanha para a então candidata Kamala Harris, em que acusou Trump de ser "negacionista do Holocausto"
O ex-presidente Barack Obama rompeu o silêncio nesta sexta-feira, 6, e falou ao público pela primeira vez após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Em participação no Fórum de Democracia da Fundação Obama, o ex-chefe dos EUA defendeu a necessidade de se “encontrar uma maneira de conviver com indivíduos e grupos diferentes“.
Mudando o tom adotado em campanha contra Trump, Obama afirmou sobre a necessidade de se formar alianças “quando as coisas ficam difíceis”:
“Pluralismo não é sobre dar as mãos e cantar ‘Kumbaya’. Não é sobre abandonar suas convicções e se dobrar quando as coisas ficam difíceis. É sobre reconhecer que em uma democracia o poder vem de forjar alianças e construir coalizões e abrir espaço nessas coalizões não apenas para os woke, mas também para os despertos”, disse o ex-presidente.
Para Obama, os ocupantes de cargos de poder não podem “violar normas democráticas” para seguirem nos cargos:
“Porque a alternativa é o que vimos aqui nos Estados Unidos e em muitas democracias ao redor do mundo: não apenas mais impasse, não apenas cinismo público, mas uma disposição crescente” entre “políticos e seus seguidores de violar as normas democráticas, de fazer tudo o que podem para conseguir o que querem, de usar o poder do Estado para atingir críticos, jornalistas e rivais políticos, e até mesmo recorrer à violência” para obter e manter o poder“, afirmou.
Falsa acusação a Trump
Obama se esqueceu, porém, do que fez em campanha para a vice-presidente Kamala Harris.
Durante um comício, em Milwaukke, o ex-presidente atacou Trump.
Ele afirmou que nenhum judeu americano deveria confiar em alguém “que se encontrou com negacionistas do Holocausto” e “disse que havia pessoas muito boas em ambos os lados de um comício supremacista branco.”
Em clima de “vale-tudo“, a declaração se referia ao republicano, mas omitiu um contexto importante da fala do ex-presidente republicano sobre os eventos de Charlottesville, em 2017.
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