Netanyahu e a crise do recrutamento de judeus ultraortodoxos
O Antagonista

Netanyahu e a crise do recrutamento de judeus ultraortodoxos

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 07.01.2025 08:18 comentários
Mundo

Netanyahu e a crise do recrutamento de judeus ultraortodoxos

A exigência de que todos os homens Haredim aptos se alistassem gerou uma onda de indignação entre seus representantes políticos, que exigem um novo marco legal para preservar suas isenções

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 07.01.2025 08:18 comentários 0
Netanyahu e a crise do recrutamento de judeus ultraortodoxos
Reprodução

Recentemente, o Supremo Tribunal de Israel determinou que os judeus ultraortodoxos, conhecidos como Haredim, também devem cumprir o serviço militar obrigatório.

Essa decisão gerou uma reação intensa e descontentamento entre as facções ultraortodoxas, levando o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu a buscar formas de evitar a implementação dessa medida por meio de um controverso projeto de lei, que está intimamente ligado à sua estabilidade política.

Após uma cirurgia para remoção da próstata em 29 de dezembro, Netanyahu deveria ter se recuperado durante os feriados de Ano Novo. No entanto, apenas dois dias depois do procedimento, ele compareceu ao Parlamento para participar de uma votação crucial, demonstrando a pressão interna que sua coalizão enfrenta.

A votação no dia 31 de dezembro tratava de um orçamento vital para o país, mas duas das principais alianças do governo retiraram seu apoio, incluindo a Agudat Yisrael, que condicionou seu voto à exclusão dos Haredim do serviço militar.

A proposta orçamentária estava em risco iminente de ser reprovada. No entanto, com a presença decisiva de Netanyahu e o apoio de alguns parlamentares dissidentes, o projeto foi aprovado por uma margem mínima.

Isenção militar dos ultraortodoxos

Apesar do alívio temporário, as tensões permanecem elevadas com os ultraortodoxos pressionando por mudanças significativas.

Com décadas de isenção do serviço militar, os Haredim enfrentam agora um novo desafio após a decisão judicial que declarou a falta de base legal para suas exceções.

A exigência de que todos os homens Haredim aptos se alistassem gerou uma onda de indignação entre seus representantes políticos, que exigem um novo marco legal para preservar suas isenções.

O político ultraortodoxo Yitzhak Goldknopf ameaçou romper a coalizão caso não fosse aprovada uma nova legislação sobre recrutamento.

Embora tais ameaças sejam comuns na política israelense, a situação representa um ponto frágil para Netanyahu, como evidenciado nos recentes eventos legislativos.

Cota progressiva de recrutamento

Em resposta à crise atual, Netanyahu planeja reativar uma proposta anterior que prevê uma cota progressiva de recrutamento para os Haredim.

O projeto está atualmente sendo revisado em comissões parlamentares. Contudo, críticos apontam que essa proposta pode não resolver os problemas reais enfrentados pelas Forças Armadas israelenses (IDF), especialmente em um momento em que as necessidades operacionais aumentaram drasticamente devido ao contexto bélico.

Yoav Gallant e Israel Katz

O ex-Ministro da Defesa Yoav Gallant, demitido por suas convicções em favor do serviço militar universal, anunciou seu afastamento da Knesset em protesto contra o andamento do projeto. Em sua declaração pública, Gallant criticou abertamente a proposta como prejudicial à segurança nacional.

Ainda assim, o partido Likud poderá escolher um sucessor alinhado com as estratégias de Netanyahu. No entanto, não é garantido que haja apoio suficiente na Knesset para implementar uma nova política de recrutamento.

Dentro da própria coalizão existem vozes que clamam pela necessidade de um serviço militar obrigatório para os Haredim.

O novo Ministro da Defesa, Israel Katz, expressou desdém pelo protesto de Gallant e defendeu vigorosamente o projeto em andamento, afirmando que ele resultará em um marco histórico na inclusão dos ultraortodoxos nas Forças Armadas.

No entanto, até o momento, as IDF relataram uma adesão alarmantemente baixa entre os jovens Haredim convocados para o serviço militar; menos de dez por cento deles se apresentaram.

Enquanto isso, líderes religiosos ultraortodoxos incentivam seus seguidores a ignorar as ordens de alistamento.

O que pensa a sociedade israelense?

A possibilidade de uma nova política de recrutamento provoca reações mistas na sociedade israelense.

Uma pesquisa recente revelou que 85% da população secular acredita ser injusto que os ultraortodoxos sejam isentos enquanto outros lutam nas frentes.

Esse percentual cresceu significativamente desde o ano passado.

Leia também: Netanyahu nega que Israel tenha recebido lista de reféns do Hamas

PF pede à Justiça que reconsidere decisão para investigar soldado israelense

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

PF pede à Justiça que reconsidere decisão para investigar soldado israelense

Visualizar notícia
2

Polícia avança na investigação do “Surubão do Arpoador”

Visualizar notícia
3

STF estende direito a licença parental para servidores públicos

Visualizar notícia
4

A perseguição ao soldado israelense no Brasil

Visualizar notícia
5

Crusoé: Fernanda Torres e a eterna carência afetiva brasileira

Visualizar notícia
6

Exclusivo: Múcio pede a Lula para deixar o Ministério da Defesa

Visualizar notícia
7

Paes promete ‘fechar Copacabana’ se Fernanda Torres levar Oscar

Visualizar notícia
8

Guarda Civil mata secretário dentro da prefeitura de Osasco

Visualizar notícia
9

É um erro subestimar Gusttavo Lima: o Brasil cansou dos políticos tradicionais

Visualizar notícia
10

Crusoé: González faz pedido aos militares antes da posse de Maduro

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

"Podem revirar tudo, não irão achar nada", diz Sóstenes

Visualizar notícia
2

Real é a moeda que mais perdeu valor em 2024

Visualizar notícia
3

Wicked: Para Sempre - O que esperar da continuação do musical?

Visualizar notícia
4

J.K. Rowling celebra cinco anos de ativismo em defesa das mulheres

Visualizar notícia
5

Concurso Público do INSS: 250 vagas com salários até R$ 14 mil

Visualizar notícia
6

Meirelles nega narrativa do ataque especulativo

Visualizar notícia
7

Lobo-marinho "Joca" vira atração em Ipanema

Visualizar notícia
8

Réveillon Rio 2025: Ivete Sangalo, Anitta, Caetano e show de luzes inédito

Visualizar notícia
9

Crusoé: Bolsonaro tentou golpe? Resposta varia com eleitorado

Visualizar notícia
10

Golpes digitais nas festas de Fim de Ano: Como identificar e evitar armadilhas

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

Benjamin Netanyahu Israel judeus ultraortodoxos
< Notícia Anterior

Pilea Microphylla: a planta brilhante que vai transformar seu jardim

07.01.2025 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Corporações rejeitam políticas radicais "woke" e retornam ao mérito e excelência

07.01.2025 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

O Antagonista é um dos principais sites jornalísticos de informação e análise sobre política do Brasil. Sua equipe é composta por jornalistas profissionais, empenhados na divulgação de fatos de interesse público devidamente verificados e no combate às fake news.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Corporações rejeitam políticas radicais "woke" e retornam ao mérito e excelência

Corporações rejeitam políticas radicais "woke" e retornam ao mérito e excelência

Alexandre Borges Visualizar notícia
Terremoto de 6,8 atinge a região do Tibete

Terremoto de 6,8 atinge a região do Tibete

Visualizar notícia
Agora é o McDonald’s que recua em políticas "woke"

Agora é o McDonald’s que recua em políticas "woke"

Alexandre Borges Visualizar notícia
Crusoé: Musk e o debate sobre escândalo de abuso infantil no Reino Unido

Crusoé: Musk e o debate sobre escândalo de abuso infantil no Reino Unido

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.