“Não estamos dispostos a capitular em hipótese alguma”
“A revolução bolivariana, queremos deixar claro para o mundo inteiro, não estamos dispostos a capitular em hipótese alguma", discursou o número 2 da ditatura venezuelana
Logo após a declaração do presidente chileno, Gabriel Boric, que foi enfático ao confrontar a ditadura de Nicolás Maduro, condenando a perseguição aos opositores e exigindo os documentos capazes de dar transparência ao resultado das últimas eleições, Diosdado Cabello, número dois do regime, dobrou a aposta.
Cabello, que no sábado, 3 de agosto, já havia chamado o presidente chileno de “Boboric”, fez um discurso na sede do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e lançou uma das suas habituais ameaças.
Desta vez, porém, o recado não foi apenas para a oposição e os “governos de direita”, mas para todos:
“A revolução bolivariana, queremos deixar claro para o mundo inteiro, não estamos dispostos a capitular em hipótese alguma. Então aqueles que inventam suas histórias vão cair sozinhos” e continuou:
“A revolução bolivariana hoje, com os atos terroristas perpetrados por esse setor da oposição, tem a clara convicção da radicalização da revolução bolivariana para entregar o poder ao nosso povo. No final foi o povo que votou em Nicolás. As ameaças de que nos vão sancionar não vão nos deter”, declarou Cabello.
Diosdado Cabello Rondón (61), formou-se na Academia Militar Venezuelana em 1987 e participou da tentativa de golpe de estado de Hugo Chávez em 1992. Foi anistiado junto com o fundador do chavismo pelo ex-presidente Rafael Caldera.
Menores detidos
Pelo menos 100 adolescentes foram detidos na Venezuela na última semana no contexto de protestos contra os resultados das eleições presidenciais.
Estas detenções são totalmente arbitrárias. Além da ausência de motivo legítimo para as detenções, os jovens ficam presos em quartéis policiais ou quartéis militares, em vez de espaços especializados para atendimento de menores.
Há casos de detidos que ficaram detidos até seis dias sem saber do que são acusados.
Os familiares dos adolescentes relataram que as prisões foram realizadas com excessiva violência física e psicológica, bem como que houve falta de comunicação entre os detidos e seus representantes ou defensores.
Com o declínio das manifestações da oposição como resultado do medo que Maduro semeou através de prisões arbitrárias, policiais e soldados nas ruas e ameaças dos coletivos, a esperança da oposição está colocada nos países da região, especialmente no Brasil de Lula, que continua a fazer o jogo dúbio que favorece a continuidade da ditadura.
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