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Musk em guerra judicial por super pacote de remuneração

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Alexandre Borges
5 minutos de leitura 25.04.2024 04:33 comentários
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Musk em guerra judicial por super pacote de remuneração

O caso envolve uma disputa em que a remuneração de Musk, decidida em 2018, foi considerada "inconcebível" pela juíza Kathaleen McCormick de Delaware

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Alexandre Borges
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Musk em guerra judicial por super pacote de remuneração
Reprodução/Instagram

Richard Tornetta, um investidor da Tesla, apelou a um juiz de Delaware para impedir que a Tesla mude sua sede legal para o Texas, o que poderia permitir que a empresa e seu CEO, Elon Musk, evitem uma decisão judicial desfavorável sobre um pacote de pagamento de Musk avaliado em até US$ 56 bilhões.

Tornetta argumenta que essa mudança seria uma tentativa de “fugir da jurisdição e desfazer anos de litígio” após um resultado judicial que não foi do agrado de Musk e da Tesla. O caso envolve uma disputa em que a remuneração de Musk, decidida em 2018, foi considerada “inconcebível” pela juíza Kathaleen McCormick, de Delaware.

O pacote, segundo a decisão judicial, foi negociado por um conselho que não possuía independência suficiente de Musk, e detalhes cruciais foram ocultados dos acionistas antes da aprovação do pacote. Além da tentativa de mudar a jurisdição, a equipe legal de Tornetta também pediu que as opções de ações concedidas a Musk sejam confiscadas para evitar que Tesla e Musk contornem a decisão judicial.

Este pedido surge em meio a uma manobra legal pouco comum de Tesla, pedindo aos acionistas para “ratificar” o pagamento de Musk em 2018, o que poderia fornecer uma base para reverter a decisão judicial. Este litígio ocorre em um momento crucial para Tesla, que recentemente anunciou um aumento nas vendas previstas para este ano e planos para lançar modelos mais acessíveis em 2025, o que impulsionou suas ações em mais de 10%.

A decisão sobre este caso pode ter implicações significativas não apenas para a governança corporativa da Tesla, mas também para o futuro financeiro e a autoridade legal da empresa.

Lucro da Tesla cai 55%

A Tesla reportou uma queda de 55% no lucro do primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. O lucro caiu para US$ 1,1 bilhão, enquanto a receita também teve uma redução de 9%, totalizando US$ 21,3 bilhões. Este declínio nos ganhos foi influenciado principalmente pela diminuição de 8,5% nas vendas de veículos da companhia.

No ano anterior, a Tesla havia registrado um lucro de US$ 2,5 bilhões, com margens de lucro entre as mais altas do setor automotivo. Contudo, recentes cortes de preços, embora inicialmente tenham impulsionado as vendas, parecem não ter sustentado o interesse dos consumidores.

A empresa também anunciou a demissão de mais de 10% de sua força de trabalho global, aproximadamente 14.000 empregados, como parte de uma tentativa de alinhar os custos com as receitas em declínio.

Investidores e analistas estão preocupados com a capacidade da Tesla de manter sua posição de liderança diante de uma concorrência crescente de fabricantes estabelecidos e novos entrantes, especialmente da China. As ações da Tesla sofreram uma queda de 40% este ano, refletindo a crescente insegurança do mercado quanto à estratégia da empresa.

Elon Musk, CEO da Tesla, tem direcionado o foco da companhia para a tecnologia de direção autônoma e um novo modelo de veículo, conhecido como Robotaxi. No entanto, essa mudança de estratégia tem causado descontentamento entre os investidores, que esperavam novos modelos de carros mais acessíveis.

O bilionário defendeu os ajustes de preços, comparando-os com práticas comuns da indústria, embora realizados de forma mais visível devido ao modelo de vendas diretas ao consumidor da Tesla.

Além dos desafios internos, Musk adiou uma viagem planejada à Índia, onde se encontraria com o primeiro-ministro Narendra Modi para discutir uma possível nova fábrica, devido a “obrigações pesadas com a Tesla”.

Musk anuncia campanha por liberdade em meio a controvérsias

Elon Musk, CEO da Tesla e proprietário da plataforma X (anteriormente Twitter, adquirida por ele em outubro de 2022), anunciou nesta quinta-feira, 18, que vai lançar uma campanha para recolher assinaturas em defesa da Primeira Emenda dos Estados Unidos, em resposta a “ataques implacáveis à liberdade de expressão”.

O bilionário tem se posicionado frequentemente como um defensor da liberdade, mas tem sido alvo de críticas devido às políticas de moderação de conteúdo em sua plataforma, que tem histórico de censura em diversos países.

A iniciativa de Musk surge em um momento onde a plataforma X tem se adaptado às leis de censura em países como Índia, França e Turquia, removendo conteúdos ou restringindo acessos conforme demandas judiciais ou de governos. Essa prática contrasta com sua campanha nos EUA, levantando questões sobre as motivações reais por trás de suas bandeiras.

No Brasil, Musk criticou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, acusando-o de violar a legislação brasileira ao censurar políticos, mas sua plataforma tem cumprido pedidos de censura de outros governos sem resistência. Mesmo no Brasil, a X Corp declarou que seguirá cumprindo decisões judiciais.

Musk tem sido acusado de usar a liberdade de expressão como bandeira pelo engajamento e polêmica que tais posições geram, beneficiando-se comercialmente da audiência em sua plataforma. A campanha foi anunciada, obviamente, na sua plataforma.

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