Ministro israelense nega existência de povo palestino: “Não existe isso”
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich (foto), afirmou que não existe um povo palestino e provocou a indignação da comunidade internacional...
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich (foto), afirmou que não existe um povo palestino e provocou a indignação da comunidade internacional.
A declaração foi dada no domingo (19), durante uma cerimônia em homenagem a um ativista sionista franco-israelense, em Paris, e viralizou nas redes sociais.
“Quem foi o primeiro rei palestino? Que língua os palestinos falam? Já existiu uma moeda palestina? Existe uma história ou cultura palestina? Nada. Não existe um povo palestino”, afirmou.
A fala de Smotrich, um nacionalista judeu, foi criticada por autoridades árabes do Oriente Médio e também pelos Estados Unidos e pela ONU.
Para o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, as declarações do ministro israelense são “incendiárias” e “racistas”, especialmente porque ocorrem em um momento de escalada da violência entre palestinos e israelenses.
A Jordânia, que fez as pazes com Israel em 1994, expressou indignação com a fala de Smotrich e disse que convocou o embaixador israelense para protestar.
“É um comportamento provocativo irresponsável de um ministro em exercício e uma violação das normas internacionais e do tratado de paz jordaniano-israelense. Esse comportamento extremista leva à escalada”, afirmou Sinan al Majali, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Jordânia.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, também condenou a declaração.
“Nós nos opomos totalmente a esse tipo de linguagem. E é extremamente inútil para a tentativa de reduzir as tensões e encontrar uma solução viável de dois Estados daqui para frente”, disse Kirby.
Farhan Haq, porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “este tipo de comentário não ajuda em nada” e que a organização “continuará apoiando os direitos do povo palestino e buscará uma solução de dois Estados, um israelense e um palestino, que vivam um ao lado do outro em paz e segurança.”
O Ministério das Relações Exteriores de Israel divulgou nota afirmando estar comprometido com o acordo de paz de 1994.
“Não houve mudança na posição do Estado de Israel, que reconhece a integridade territorial do Reino Hachemita”, afirmou.
Responsável pela administração dos assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada, Smotrich já havia sido criticado no início do mês, quando afirmou que uma cidade palestina na Cisjordânia deveria ser “varrida” do mapa após a morte de dois israelenses.
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