Milícia de Evo Morales faz militares de reféns na Bolívia
Cocaleros promovem convulsão social há tres semanas, na região do Chapare, em Cochabamba, em defesa do ex-presidente boliviano
Apoiadores do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, ocuparam um quartel e fizeram 20 militares de reféns na região do Chapare, em Cochabamba, na Bolívia, nesta sexta-feira, 1º. A ação dos ‘cocaleros’, a “Tropa de Choque” de Morales, é novo episódio em meio à onda de protestos promovida pela milícia há quase três semanas.
Os cocaleros aparecem, em vídeo divulgado nas redes sociais, cercando um quartel e empunhando pedaços de madeira com pontas afiadas.
Em comunicado, o Alto Comando avisou que a ofensiva do grupo pode ser considerada uma traição ao país:
“Lembramos que qualquer pessoa que pegue em armas contra a pátria é considerada traição e levante armado contra a segurança e a soberania do Estado“.
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Morales não cumpre leis
Cochambamba é o epicentro do conflito entre apoiadores do ex-presidente e os militares.
No último dia 15 de outubro, os cocaleros bloquearam diversas estradas ao redor da cidade como forma de gerar uma convulsão social e impedir uma eventual prisão de Morales, que é investigado pelo suposto abuso de uma menor de idade durante seu mandato, no período entre 2006 a 2019. O ex-presidente classificou a acusação como “mais uma mentira”.
Os cocaleiros querem que o governo, comandado pelo presidente Luis Arce Catacora, declare os processos na Justiça contra Morales “sem efeito”.
Querendo concorrer ao cargo, apesar de o Tribunal Constitucional da Bolívia ter revogado o pedido no final do ano passado, Morales acusou o presidente Arce de ter sido o mandante de uma tentativa de assassinato enquanto se dirigia ao seu programa semanal de rádio no Chapare, no último domingo, 27.
“Denuncio de maneira urgente à CIDH [Comissão Interamericana de Direitos Humanos] “que agentes de elite do Estado boliviano atentaram contra minha vida hoje.”, disse.
O Comando em Chefe das Forças Armadas do Estado desmentiu as acusações sobre o suposto atentado trazido à tona por Morales.
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