Mercedes-Benz pede redução de tarifas de carros elétricos
A gigante Mercedes-Benz entrou em uma briga com a União Europeia para reduzir as tarifas dos carros importados da China.
A Mercedes-Benz apresentou um pedido à União Europeia para reduzir as tarifas aplicadas aos carros elétricos importados da China. Em declarações ao jornal Financial Times, o CEO da empresa, Ola Källenius, sublinhou que esta medida é essencial para melhorar a qualidade dos produtos europeus a longo prazo. Källenius reiterou ainda que um maior protecionismo é contra-produtivo — uma abordagem contrária à Comissão Europeia que atualmente avalia a possibilidade de aumentar essas tarifas.
A importância da concorrência direta
Segundo Källenius, a presença de empresas chinesas no mercado europeu é apenas uma “progressão natural da competição” que deve ser acolhida com melhorias no desempenho dos produtos europeus e não com restrições ao comércio. Embora reconheça as preocupações de marcas francesas como a Stellantis e a Renault relativamente à competição chinesa, o executivo ressalta que a Mercedes-Benz não compartilha desse entendimento. Além disso, indicou também que uma eventual resposta negativa por parte dos consumidores chineses poderia prejudicar a indústria automobilística alemã
A presença da China no mercado global de automóveis
Källenius defende a competitividade do mercado em vez de tarifas protecionistas, afirmando que as melhores empresas chinesas não pedem proteção, mas sim, uma competição justa. Mais de 33% das vendas da Mercedes-Benz são feitas na China, um sinal claro do peso desse mercado para a fabricante alemã. Aliás, dois dos acionistas principais da empresa são as fabricantes chinesas Geely e SAIC.
Protecionismo: uma estratégia equivocada?
Com base na história econômica recente, Källenius argumenta que recorrer ao protecionismo é um erro. Ele relembra o “milagre econômico da China” que tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza justamente através da abertura de mercados. Segundo ele, acreditar no protecionismo como uma estratégia de sucesso a longo prazo é ignorar as lições da História.
O futuro da indústria automobilística na Europa
Finalmente, Källenius acredita que, no lugar do protecionismo, deve-se buscar um “campo de jogo nivelado”. Ademais, opina que ao invés de tarifas mais altas ou proteções excessivas, o bloco deve priorizar a criação de “situações econômicas de ganha-ganha”. Com franqueza, ele adverte: “Vivemos em um mundo pragmático e percebemos que há algumas expectativas em relação à regra geral da economia de mercado… Mas se buscarmos nossa fortuna no aumento do protecionismo, estamos indo pelo caminho errado.“
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