Mensagem enviada a 466 milhões de quilômetros mostra como a NASA usou laser para se comunicar no espaço
Comunicação espacial nunca foi tão rápida
A Terra recebeu recentemente um “recado” vindo de uma distância impressionante, equivalente a cerca de 466 milhões de quilômetros. O mais curioso é que ele não chegou por rádio nem por satélite, mas por um feixe de laser.
A experiência, conduzida pela NASA, representa um avanço que pode transformar a forma como a humanidade se comunica com naves em missões de espaço profundo.
Como a NASA conseguiu enviar e receber dados por laser?
Em vez de usar ondas de rádio, a agência espacial apostou em lasers infravermelhos para trocar informações com a nave Psyche. Os dados são codificados em luz, que possui uma frequência muito mais alta, permitindo concentrar grandes volumes de informação em cada transmissão.
O desafio técnico é enorme. O sistema precisa apontar um feixe extremamente preciso para uma nave que se desloca a milhares de quilômetros por hora, a uma distância que pode ultrapassar três vezes a separação média entre a Terra e o Sol.

Por que a mensagem enviada a 466 milhões de quilômetros chamou tanta atenção?
O feito chamou atenção porque demonstrou que a comunicação óptica funciona mesmo em distâncias extremas. O teste mais emblemático ocorreu quando a nave já estava a aproximadamente 466 milhões de quilômetros da Terra, mantendo a troca de dados de forma estável.
Esse resultado superou expectativas iniciais e mostrou que a tecnologia pode operar com confiabilidade em cenários onde os sistemas tradicionais enfrentam limitações de velocidade.
Qual é a vantagem do laser em relação às comunicações por rádio?
A principal diferença está na velocidade. Nos primeiros testes, quando a Psyche estava a cerca de 53 milhões de quilômetros da Terra, o sistema atingiu taxas de transmissão comparáveis às de uma conexão doméstica de internet.
Mesmo quando a distância aumentou para algo em torno de 386 milhões de quilômetros, foi possível manter uma taxa consistente de envio de dados. Isso representa um salto significativo em relação às comunicações por radiofrequência, com potencial de ser até cem vezes mais rápido.
A nave Psyche conseguiu visualizar o cometa 3I/Atlas em sua passagem, como mostra essa postagem da NASA na rede social X:
En route to their respective destinations, NASA's Psyche and Lucy spacecrafts, along with 10 other @NASA assets, have captured imagery of the comet 3I/ATLAS.
— NASA Marshall (@NASA_Marshall) November 21, 2025
These images give us a unique opportunity to learn how 3I/ATLAS differs from our own solar system’s comets.
🔗… pic.twitter.com/9DS3xjwluH
Que tipo de informação foi enviada usando essa tecnologia?
Durante a fase inicial do experimento, foram transmitidos enormes volumes de dados. Entre eles estavam vídeos em altíssima definição, informações técnicas da nave e até arquivos digitais simbólicos usados para testar a capacidade do sistema.
Esse desempenho reforça a ideia de que o laser não serve apenas para mensagens simples, mas para fluxos contínuos e complexos de informação, algo essencial para futuras missões científicas.
Por que essa tecnologia é crucial para missões humanas a Marte?
Em missões tripuladas, como as planejadas para Marte, a comunicação será um fator crítico. Astronautas precisarão enviar imagens detalhadas, dados científicos e vídeos quase em tempo real para a Terra, mesmo quando os planetas estiverem separados por centenas de milhões de quilômetros.
No fim, o sucesso da comunicação a laser com a nave Psyche indica o início de uma nova era. Se a tecnologia continuar se mostrando estável ao longo do tempo, ela pode se tornar a base das comunicações interplanetárias e ampliar de forma inédita nossa capacidade de explorar o sistema solar.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)