Meloni condena nostalgia do fascismo de membros do seu partido
“Já o disse e repeti dezenas de vezes, mas caso fosse necessário repito: não há espaço, em Fratelli d'Italia, para posições racistas ou antissemitas, assim como não há espaço para os nostálgicos do totalitarismo de 900, ou qualquer manifestação de folclore estúpido", escreveu Giorgia Meloni em uma carta aos líderes da Fratelli d'Italia
“Estou irritada e triste com a forma como fomos representados pelo comportamento de alguns jovens de nosso movimento”, escreveu a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, para diretores de seu partido, Fratelli d’Italia (FdI) em um e-mail, ao qual o The New York Times teve acesso.
Meloni exortou os líderes de seu partido político na terça-feira, 2 de julho, a rejeitar o antissemitismo, o racismo e a nostalgia de regimes totalitários depois que um veículo de notícias italiano flagrou, por meio de uma câmera escondida, membros da ala jovem de seu partido glorificando o fascismo:
“Já o disse e repeti dezenas de vezes, mas caso fosse necessário repito: não há espaço, em Fratelli d’Italia, para posições racistas ou antissemitas, assim como não há espaço para os nostálgicos do totalitarismo de 900, ou qualquer manifestação de folclore estúpido“, escreveu Giorgia Meloni em uma carta aos líderes da Fratelli d’Italia após divulgação da reportagem.
“A nossa tarefa é demasiado grande para permitir que aqueles que não compreenderam o seu alcance estraguem tudo. Não tenho e não temos tempo a perder com aqueles que não conseguem compreender o que é Fratelli d’ Itália e quais são os grandes desafios históricos da nossa época; não tenho e não temos tempo a perder com quem quer nos fazer voltar atrás, ou com quem nos transforma em personagem, se torna instrumento nas mãos do adversário, quem não consegue compreender, quem não compreendeu este caminho, quem não está em condições de acompanhar, não pode fazer parte dos Irmãos da Itália”, continuou a líder italiana.
Passado superado
Apesar da premiê italiana estar ligada a um partido com raízes políticas nascidas dos destroços do fascismo,ela procurou superar esse passado e prometeu se apresentar como uma líder moderna e pragmática, dizendo repetidamente que o fascismo ficou pra trás.
Meloni e os legisladores de seu partido criticaram os métodos do jornalista e disseram que a reportagem não representava a verdadeira identidade de seu partido político ou de seu movimento de jovens, mas uma pequena minoria. Luca Ciriani, um legislador do Irmãos de Itália, disse que a reportagem foi construída com base em imagens fragmentadas e fora de contexto.
Ela também lembrou aos líderes do partido que o Irmãos de Itália aderiu à resolução de 2019 do Parlamento Europeu que condenou todas as ditaduras do século XX. É “uma posição”, disse ela, “que não tenho intenção de questionar”.
Segundo Meloni, o seu partido é diferente da caricatura que surgiu nas últimas semanas: “Como muitos de vocês, estou indignado e entristecido pela representação que nos foi dada pelo comportamento de alguns jovens do nosso movimento filmados em privado“, escreveu ainda a líder da FdI e acrescentou:
“Não somos como gostariam de nos pintar. Não somos e a nossa Juventude Nacional não é. Temos um movimento juvenil forte, saudável, colorido, curioso, aberto e de cara limpa, com panfletos e iniciativas, defendem a Liberdade nas escolas e universidades da violência e da arrogância da esquerda. Eles são os primeiros a serem prejudicados por esta história feia. Justamente por isso, não há espaço pra isso no nosso partido para quem recita um roteiro de comédia útil apenas para a história que nossos adversários querem fazer de nós.“
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