Marine Le Pen é condenada por desvio de fundos e fica inelegível
A condenação ocorre enquanto Le Pen lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2027
A Justiça da França declarou Marine Le Pen inelegível nesta segunda-feira, 31, após condenação por desvio de fundos públicos europeus.
A decisão atinge também outros oito membros do seu partido, o Rassemblement National, em um caso envolvendo a contratação de assistentes parlamentares fictícios durante seus mandatos como eurodeputados entre 2004 e 2017.
Segundo o tribunal de Paris, os assessores pagos com recursos do Parlamento Europeu atuavam, na verdade, para o partido de Le Pen. O prejuízo foi calculado em 2,9 milhões de euros — cerca de R$ 18 milhões.
A sentença determina, além da inelegibilidade, penas solicitadas pelo Ministério Público que incluem cinco anos de prisão (três deles com sursis) e multa de 300 mil euros. A decisão pode ser aplicada de imediato, mesmo que Le Pen recorra.
A líder do Rassemblement National negou as acusações e classificou o processo como uma tentativa de sabotar sua trajetória política.
A condenação ocorre enquanto Le Pen lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2027, o que amplia o impacto político do julgamento.
O veredicto compromete diretamente sua elegibilidade para concorrer à sucessão de Emmanuel Macron.
A corte constitucional francesa já havia validado, na última sexta, 28, a possibilidade de aplicação imediata de inelegibilidade em casos de condenação criminal, o que abre caminho para a exclusão de Le Pen da corrida presidencial.
O caso gira em torno da prática de empregar recursos da União Europeia para fins partidários, burlando as regras de contratação do Parlamento Europeu. A investigação, que começou há vários anos, envolveu auditorias e relatórios internos que apontaram as irregularidades.
Marine Le Pen, filha de Jean-Marie Le Pen, fundador da Frente Nacional, foi eurodeputada por mais de uma década e assumiu a liderança do partido em 2011.
Desde então, vem tentando reconfigurar a imagem da legenda, com uma retórica mais palatável ao eleitorado, mas mantendo pautas nacionalistas e contrárias à imigração em massa.
Com três candidaturas presidenciais acumuladas — em 2012, 2017 e 2022 —, ela chegou ao segundo turno nas duas últimas disputas, perdendo ambas para Macron.
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