Mais de 200 mafiosos da ‘Ndrangheta são condenados na Itália
Um tribunal italiano condenou, nesta segunda-feira, 20, 207 mafiosos e colaboradores da 'Ndrangheta, a poderosa máfia da Calábria. O julgamento, que durou quase três anos, revelou os métodos criminosos do grupo, incluindo o armazenamento de armas em cemitérios e o transporte de drogas em ambulâncias...
Um tribunal italiano condenou, nesta segunda-feira, 20, 207 mafiosos e colaboradores da ‘Ndrangheta, a poderosa máfia da Calábria. O julgamento, que durou quase três anos, revelou os métodos criminosos do grupo, incluindo o armazenamento de armas em cemitérios e o transporte de drogas em ambulâncias.
A presidente do tribunal de Vibo Valentia, Brigida Cavasino, leu os nomes dos culpados e suas penas por mais de uma hora e meia. As sentenças variaram de alguns meses a 30 anos de prisão. Os promotores haviam pedido penas que totalizavam quase 5 mil anos para os 322 acusados. No entanto, o tribunal decidiu impor penas que somam cerca de metade desse tempo.
De acordo com o Globo, entre os condenados estão quatro membros experientes da ‘Ndrangheta, cada um sentenciado a 30 anos de prisão. Além disso, o tribunal absolveu 131 réus, incluindo 16 para os quais os procuradores recomendaram a absolvição.
Destaca-se no julgamento a participação de Giancarlo Pittelli, ex-parlamentar e advogado de defesa de 70 anos, acusado de ser um negociador da máfia. Ele foi condenado a 11 anos de prisão, menos do que os 17 anos solicitados pelos promotores.
O veredicto marca um golpe significativo contra a ‘Ndrangheta, um dos grupos de crime organizado mais poderosos do mundo. A máfia, que tem origem na região pobre da Calábria, expandiu-se para além das fronteiras italianas e exerce um quase monopólio no comércio europeu de cocaína, estando presente em mais de 40 países.
Durante o julgamento, testemunhas revelaram a brutalidade da ‘Ndrangheta e seu domínio sobre o território. Emboscadas violentas, extorsão, fraudes em concursos públicos e compra de votos foram algumas das práticas criminosas expostas. Os depoimentos também revelaram como armas eram escondidas em cemitérios e drogas eram transportadas em ambulâncias.
O chefe do grupo, Luigi “O Supremo” Mancuso, foi retirado da lista de réus no ano passado para ser julgado separadamente.
O julgamento histórico marcou a primeira vez que membros não pertencentes à máfia foram incluídos na lista de réus. Isso incluiu policiais, funcionários públicos e outros. Um membro de alto escalão da polícia financeira italiana foi condenado a 10 anos de prisão por transmitir detalhes das investigações à ‘Ndrangheta.
Os veredictos podem ser contestados duas vezes e encerram o maior julgamento da máfia na Itália em décadas.
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