Maduro ameaça “pegar em armas” com apoio de Cuba e Nicarágua
“Se for por bons meios, por bons meios avançaremos. E se for por maus meios, por maus meios também os derrotaremos”, diz o ditador
O ditador Nicolás Maduro, empossado na última sexta-feira, 10, para um terceiro mandato consecutivo após fraude eleitoral, afirmou que a Venezuela está pronta para “pegar em armas”, se necessário, para defender sua soberania e “o direito à paz”.
Maduro disse que o país se prepara junto com Cuba e Nicarágua para enfrentar possíveis conflitos.
“Se um dia tivermos que tomar as armas para defender a paz, a soberania e os direitos históricos do nosso país, o faremos”, afirmou, em discurso transmitido pela emissora estatal VTV. A declaração foi feita durante o encerramento do “Festival Mundial Antifascista Internacional”, organizado pelo regime.
O ditador comparou o momento atual ao enfrentamento do fascismo durante a Segunda Guerra Mundial e convocou uma “aliança global” semelhante à que derrotou o nazismo.
“Se for por bons meios, por bons meios avançaremos. E se for por maus meios, por maus meios também os derrotaremos, para que respeitem o nosso povo.”
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Reação internacional
A posse de Maduro ocorreu em meio a acusações de fraude eleitoral feitas pela oposição, liderada por Edmundo González Urrutia, presidente eleito da Venezuela.
A União Europeia, os Estados Unidos e outros países não reconhecem o novo mandato de Maduro.
Maduro sob aplausos do PT
A reportagem de capa da nova edição de Crusoé, intitulada “Maduro ainda está aqui”, destaca o início do terceiro do mandato do ditador com o apoio de Lula.
Oficialmente, o governo brasileiro foi representado pela embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, na posse de Maduro.
Já a legenda do presidente Lula, o PT, enviou uma comitiva com quatro representantes para a solenidade na capital venezuelana.
Recorde de presos políticos
A ONG Foro Penal, que atua em defesa dos direitos humanos na Venezuela, publicou um balanço no qual aponta recorde de presos políticos no país no século XXI.
“Registramos o maior número de presos com fins políticos conhecido na Venezuela, pelo menos no século XXI. Continuamos recebendo e cadastrando detidos“, afirmou a Foro Penal.
De acordo com a organização, existem 1.697 presos políticos, sendo 1.495 homens e 202 mulheres, desde 2 de janeiro.
No balanço, a Foro Penal destaca que são 1.552 pessoas presas sem condenação, 145 condenados, 112 ainda sem julgamento e 15 sem status. Além disso, a ONG aponta que o paradeiro de 38 indivíduos ainda é desconhecido.
Ainda há mais de nove mil pessoas sujeitas a medidas restritivas de liberdade em todo o território venezuelano.
Desde 2014, o regime chavista prendeu mais de 18 mil venezuelanos. Há relatos de familiares de presos políticos sobre tortura nos cárceres do país.
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