Maduro acusa os outros dos golpes que comete
"Temos que respeitar esta Constituição, temos que respeitar o árbitro e que ninguém tente manchar esta bela jornada que o povo da Venezuela viveu", discursou o ditador após farsa eleitoral
O regime de Nicolás Maduro (foto) consumou na noite de domingo, 28, sua esperada farsa eleitoral. Após uma apuração de votos nebulosa, que não pôde ser acompanhada pela oposição, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a vitória do ditador.
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Maduro discursou para celebrar a farsa: “Nós somos Bolívar, Zamora, Huaycaipuro, Negro Primero, mas acima de tudo somos filhos do nosso Senhor, Jesus Cristo. Somos o povo de Cristo. Quero agradecer a todo o povo cristão pelas suas orações, pelas suas bênçãos, pelo seu amor.”
“E temos que respeitar esta Constituição, temos que respeitar o árbitro e que ninguém tente manchar esta bela jornada que o povo da Venezuela viveu. A jornada que vivemos foi extraordinária, única, atípica. É a jornada que vivemos. Sou um homem de paz. Sou um homem de diálogo. Nunca, jamais pensei, jamais, em estar em cargos públicos de relevância. Sempre fui movido com muita força pelo espírito de lutar pela Venezuela. Desde muito jovem, sempre acreditei na revolução socialista”, seguiu.
“Soldado de Hugo Chávez”
“Quando o comandante Chávez surgiu como grande líder da Venezuela, não hesitei nem um segundo em segui-lo, em estar ao seu lado, em apoiá-lo. Minha única aspiração na vida sempre foi ser soldado de Hugo Chávez, onde quer que ele me colocasse, na trincheira, no campo de batalha que ele determinasse”, discursou o ditador, evocando o padrinho político Chávez.
“Um dia, ele me disse: ‘Nicolás… E sobre as circunstâncias que tenho que enfrentar com a nova cirurgia… ficarei impossibilitado de continuar na presidência ou partirei desta vida… Agora é a sua vez.’ E eu contei a ele sobre o impacto que senti e duas horas depois me perguntou… ‘E o que você vai fazer, Nicolás? Que me responda.’ E eu, até onde pude falar, disse a ele: Comandante, conte comigo. Eu juro que serei leal a você para além desta vida e que protegerei o povo da Venezuela que você tanto ama”, disse.
Questionamentos
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, expressou fortes preocupações sobre a legitimidade das eleições. Em pronunciamento, Blinken elogiou a participação do povo venezuelano, destacando sua coragem e compromisso com a democracia, mesmo diante de repressões e adversidades.
Os ditadores de Rússia, Cuba e Nicarágua e os presidentes da esquerda amiga, como Honduras e Bolívia, parabenizaram Maduro pela farsa eleitoral. Além da apuração de votos sem a presença de representantes da oposição, a campanha contou com imposição de limites a candidaturas e intimidação dos desafiantes de Maduro.
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