Líder do partido de Maduro ameaça seus opositores e os EUA
"Acredito que eles estão dando o prazo para os seus capangas aqui, porque os Estados Unidos, vou repetir mil vezes: vamos contra os Estados Unidos ou qualquer país do mundo que tentar algo contra a Venezuela. Vamos contra seus lacaios aqui", ameaçou Diosdato Cabello
Diosdado Cabello, o segundo homem do chavismo, referiu-se à advertência do Governo dos Estados Unidos, na qual concede um prazo até abril deste ano para que o regime cumpra os acordos assinados em Barbados.
Cabello ameaçou ir contra os líderes venezuelanos que eles classificam como traidores do país e lacaios.
“Agora os gringos nos deram um prazo até 18 de abril. Acredito que eles estão dando o prazo para os seus capangas aqui, porque os Estados Unidos, vou repetir mil vezes: vamos contra os Estados Unidos ou qualquer país do mundo que tentar algo contra a Venezuela. Vamos contra seus lacaios aqui. Não me importa o que digam, neste momento já não nos importamos porque estes são traidores do país“, expressou-se o aliado de Maduro em um programa de televisão.
Depois de sugerir que as eleições presidenciais poderiam ser realizadas no mês de março, o líder do PSUV insistiu que o chavismo está preparado para competir, ao mesmo tempo que afirmou que há discórdia entre a militância da oposição, já que, na sua opinião, não chegam a consenso sobre um candidato alternativo a Maria Corina Machado, inelegível por 15 anos por decisão do Tribunal Superior, subordinado a Maduro.
Fora Maduro
Mesmo com a notícia da manutenção do seu impedimento político, Corina Machado não interrompeu sua agenda de viagens pelo país.
Ao fazer um comício aos seus apoiadores, Machado estendeu o microfone para uma mulher mais velha que insistiu em falar. A senhora, então, fez referência, entre lágrimas, a um sentimento geral de milhões de pessoas que viram as suas famílias fragmentadas pela migração forçada provocada pela crise causada pelo regime de Maduro: “que todas as mães não chorem mais por causa dessa humilhação, me devolvam minha filha”, ao que todos gritaram: “Fora Maduro, fora Maduro”.
Machado apelou aos venezuelanos no exterior para se manifestarem no dia 4 de fevereiro nas ruas de várias cidades do mundo para pedir a “cessação da perseguição aos opositores”, a libertação dos presos políticos, o estabelecimento de um calendário eleitoral e que o resultado das Primárias seja respeitado.
Reconquistar a democracia na Venezuela
O ex-prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, colocou-se à disposição do Tribunal Nacional espanhol, para demonstrar que o pedido de extradição expedido pelo regime de Maduro tem motivação política.
Ledezma foi acusado por Maduro de traição e conspiração, dois dos crimes mais graves na Venezuela.
O Supremo Tribunal de Justiça, controlado pelo regime, admitiu os fatos enquanto o Ministério Público pedia à Interpol a sua extradição para ser julgado, algo que, segundo Ledezma, viola os tratados internacionais para a proteção de dissidentes que escapam aos regimes que não respeitam os direitos humanos.
Ledezma disse que apresentou à autoridade madrilena documentos que indicam que as acusações são falsas e que, pelo contrário, “é uma pessoa perseguida politicamente”.
O ex-prefeito escapou da prisão domiciliar em Caracas e fugiu do país onde foi perseguido por apoiar um plano junto com María Corina Machado e Leopoldo López denominado “La Salida”, que propunha uma agenda política para reconquistar a democracia na Venezuela.
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