Líder dos rebeldes sírios é nomeado presidente interino
Ahmed al-Shaara dissolverá o parlamento sírio, unificará as facções militares e será responsável por nova constituição, diz porta-voz
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O líder do grupo Hay’at al-Sham (HTS), Ahmed al-Shaara, foi nomeado presidente interino da Síria e oficializou mudanças previstas, após uma reunião com antigas facções insurgentes nesta quarta-feira, 29.
Ao lado delas, os rebeldes do HTS derrubaram o regime do ditador Bashar al-Assad no fim do ano passado.
Segundo o porta-voz do governo sírio, Hassan Abdul Ghani, o rebelde al-Shaara será o presidente na “fase de transição“, que está prevista para terminar em 1ª de março.
Abdul Ghani anunciou a dissolução dos grupos armados do país, que devem ser absorvidos pelas instituições militares do novo estado sírio. Essa era uma promessa de Shaara.
Além disso,o novo presidente interino teve a autorização para dissolver o Parlamento e formar um Conselho Legislativo temporário até que uma nova Constituição fosse redigida.
“Revogação da Constituição de 2012 e a suspensão de todas as leis excepcionais“, disse Ghani.
Neste mês, representantes da Alemanha e da França estiveram em Damasco, a capital síria, para prestar auxílio jurídico ao governo sírio na elaboração da nova Carta Magna.
Os anúncios são confirmações do que era previsto desde a deposição de Assad.
Legitimidade
Desde que assumiram o poder, os rebeldes do HTS são pressionados a criarem novas leis.
Eles tentam obter legitimidade entre os países europeus e, agora, os Estados Unidos.
Nesta semana, a União Europeia disse que avaliará a retirada gradual das sanções impostas ao país no período em que estava subjugado à tirania de Assad.
A Organização das Nações Unidas (ONU) também acompanha os próximos passos do HTS.
Na capital Damasco, o enviado especial da ONU Geir Pedersen disse a jornalistas que “há muita esperança de que possam ver o início de uma nova Síria“, apesar de pouco tempo desde a deposição de Assad.
Pedersen, contudo, afirmou que a “guerra ainda não acabou”.
O HTS quer se estabelecer como um governo autônomo, apesar das influências de atores globais, entre os quais a Turquia e os Estados Unidos.
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