Líder da direita da Holanda desiste de formar governo
"Só posso me tornar primeiro-ministro se todos os partidos da coalizão me apoiarem. Não foi o caso", publicou ex-potencial premiê da Holanda
O líder da direita na Holanda, Geert Wilders (foto), cujo partido foi o mais votado nas eleições parlamentares de novembro, desistiu de tentar formar um governo.
“Só posso me tornar primeiro-ministro se TODOS os partidos da coalizão me apoiarem. Não foi o caso”, publicou Wilders na rede social X, antigo Twitter, nesta quarta-feira, 13 de março.
“Eu queria um governo de direita. Com menos asilo e imigração. Os holandeses em primeiro lugar. O amor pelo meu país e pelo meu eleitor é grande e mais importante do que a minha própria posição. Eu amo a Holanda”, acrescentou.
Em publicação seguinte, Wilders disse: “E não se esqueça: ainda serei primeiro-ministro dos Países Baixos. Com o apoio de ainda mais holandeses. Se não for amanhã, depois de amanhã. Porque as vozes de milhões de holandeses serão ouvidas!”.
A legenda de Wilders, o Partido pela Liberdade (PVV), foi o mais votado das eleições de novembro, mas conquistou apenas 37 dos 150 assentos do Parlamento.
Ele precisava formar uma coalizão com pelo menos outros dois a três partidos para alcançar mais 39 assentos e chegar a uma maioria de 76.
Partidos de direita tradicional e centro-direita se recusaram a aliança devido à postura dura do PVV em relação à imigração, em especial muçulmana.
Com a desistência de Wilders, o cenário mais provável, segundo a imprensa da Holanda, é a formação de um governo de técnicos, algo semelhante ao que aconteceu com a Itália sob o comando de Mario Draghi, entre 2021 e 2022.
Formação não convencional
Wilders havia sugerido em fevereiro que os partidos considerassem formas não convencionais de governança para a formação de uma coalizão governante viável.
Isso, uma vez que os tradicionais governos de maioria parecem atualmente inatingíveis.
As conversas para um novo governo voltaram à estaca zero no início desta semana, quase três meses após uma eleição vencida pelo partido nacionalista PVV de Wilders, mas sem maioria.
A possibilidade de coalizão foi interrompida após o parceiro em potencial, NSC, desistir de se juntar a qualquer coalizão liderada por Wilders.
Decisão da NSC e as Implicações para a Formação do Governo
A decisão do NSC efetivamente inviabilizou a formação de qualquer governo de direita que teria maioria no parlamento. A Holanda é tradicionalmente governada por coalizões de maioria, que firmam seus acordos em pactos governamentais detalhados. No entanto, o país pode ter que recorrer a uma forma não convencional de governo para evitar novas eleições.
Muitos partidos declararam que não trabalhariam com Wilders, apesar de suas promessas de abandonar seus planos mais polêmicos, como fechar mesquitas e proibir o Corão na Holanda.
“Todas as opções estão em jogo”, afirma Wilders em Debate
“Quanto a mim, todas as opções estão na mesa”, disse Wilders em um debate parlamentar, acrescentando que ainda pretende liderar uma nova coalizão como primeiro-ministro. “Não estamos optando por novas eleições, queremos assumir nossas responsabilidades.”
Wilders pediu um novo intermediário para consultar todos os líderes partidários nos próximos três a quatro semanas para ouvir suas preferências. Depois disso, um grupo selecionado poderia tentar montar uma coalizão viável.
As opções incluiriam um governo minoritário, ou um mais tecnocrático, no qual os ministros não seriam vinculados por acordos rígidos entre partidos e buscariam maiorias flutuantes para suas políticas.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)