La Niña pode voltar, mas não significa o fim da onda de calor
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU, anunciou recentemente uma atualização crucial sobre o fenômeno meteorológico La Niña.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU, anunciou recentemente uma atualização crucial sobre o fenômeno meteorológico La Niña.
De acordo com a revisão dos dados divulgada na última quarta-feira, 11, a probabilidade de ocorrência de La Niña no final deste ano aumentou para 60%, comparada aos 55% iniciais previstos entre setembro e novembro de 2023.
O fenômeno é caracterizado pelo resfriamento considerável das águas de superfície na região Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, com temperaturas caindo pelo menos 0,5°C.
Este evento climático oculta impactos amplos e significativos em padrões climáticos globais.
O informe também chamou atenção: embora o La Niña modere temporariamente as temperaturas globais, isso não é suficiente para reverter a tendência de aquecimento impulsionada pelos gases de efeito estufa.
Impacto do La Niña nas condições climáticas globais
A revisão das probabilidades de La Niña pela OMM destaca a crescente necessidade de atenção às condições meteorológicas extremas ao redor do mundo.
Desde junho de 2023, temperaturas muito acima da média têm sido registradas globalmente, incluindo regiões do Brasil, levando Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, a afirmar que “mesmo que La Niña ocorra, não será suficiente para reverter o aquecimento global a longo prazo.”
Sua influência não é isolada; ela interage com o contínuo aumento de temperatura causado pelas mudanças climáticas antropogênicas.
Isso sublinha a importância crítica de políticas ambientais globais abrangentes e integradas.
Revisões da OMM
Os últimos nove anos registraram os níveis de temperatura mais altos jamais observados, mesmo considerando períodos de La Niña entre 2020 e início de 2023.
O fenômeno El Niño de 2023-24, que começou em junho de 2023 e atingiu o auge entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, figura entre os cinco mais intensos registrados.
As condições neutras que vigoraram recentemente não impediram a ocorrência de eventos climáticos extremos.
Agora, a OMM nota que, mesmo sem El Niño ou La Niña em curso, eventos como ondas de calor e tempestades têm prevalecido.
Essa sequência reflete o impacto prolongado das mudanças climáticas em interação com os eventos naturais.
O que é La Niña e como ele funciona
La Niña consiste em mais do que simples resfriamento oceânico; ele afeta a circulação atmosférica tropical, incluindo mudanças em padrões de ventos, pressão e precipitação.
Esses fatores contribuem de maneiras complexas para modelar o clima regional e globalmente.
Importa compreender que a sua intensidade e o impacto variam segundo a sua interação com outros fatores climáticos.
Previsões de impacto de La Niña para 2024-2025
Segundo a OMM, as chuvas previstas durante La Niña poderão ser acima da média em regiões como o extremo norte da América do Sul, América Central, o Caribe, o norte da África e partes do sudeste da Ásia.
Embora esses padrões climáticos possam influenciar áreas alheias ao Brasil, impactos indiretos podem ocorrer por meio de mudanças nos padrões climáticos globais.
Alertas antecipados e a preparação global
A OMM reforça que a iniciativa “Alertas Antecipados para Todos” é essencial em tempos de incertezas climáticas.
As previsões sazonais de fenômenos El Niño e La Niña são fundamentais para emitir avisos antecipados e preparar respostas para enfrentar os desafios meteorológicos.
As previsões da OMM para a chegada do fenômeno reforçam a complexidade do atual cenário climático e embora haja uma possibilidade crescente de La Niña, as tendências de aquecimento global permanecem um desafio crucial.
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